Endometriose em Pauta foi o tema da audiência pública, promovida, nesta quarta-feira (25), pela deputada estadual Cláudia Oliveira, realizada através da Comissão dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA).
A endometriose é uma doença inflamatória que pode ser extremamente incapacitante, provoca cólicas menstruais severas, dores abdominais fora do período menstrual, dores nas relações sexuais e sintomas intestinais e urinários. Ela também pode afetar a fertilidade da mulher.
Na reunião, os palestrantes falaram sobre os aspectos clínicos, cirúrgicos, nutricionais, mentais e jurídicos da doença, que acomete cerca de oito milhões de mulheres no Brasil em idade reprodutiva e, aproximadamente, 60% das mulheres inférteis na Bahia são portadoras da doença.
A deputada Cláudia possui um Projeto de Lei em trâmite na Alba que determina maio como o Mês Estadual de Combate à Endometriose, para que as policlínicas regionais de saúde da Bahia priorizem, por meio de mutirões, os atendimentos através da equipe multidisciplinar, acesso aos exames complementares, consultas especializadas e assistência farmacêutica relacionado à doença.
“Queremos dar visibilidade a uma doença que, nas mulheres, provoca dores físicas, psicológicas e demissões no emprego. Aqui é o início de uma caminhada e vamos avançar na construção de políticas públicas para que as mulheres sejam amparadas e respeitadas”, declarou a deputada.
A audiência pública resultou em proposições que serão encaminhadas, através da Comissão da Mulher, à secretária estadual de saúde, Roberta Santana, como a capacitação de médicos para atendimentos às mulheres com endometriose, ultrassonografias especializadas, capacitação de equipe multidisciplinar, dentre outras ações que garantam um melhor diagnóstico da doença.
Dentre os palestrantes, esteve presente o fundador do Centro de Endometriose da Bahia e especialista em cirurgia robótica pélvica, o médico Marcos Travessa. “O atraso em diagnosticar a doença, não está só na falta de especialistas e de equipamentos tecnológicos, mas na conscientização de que sentir dor no período menstrual não pode ser considerado normal”, disse Marcos.
A bancada foi composta pela Dra. Amanda Cútalo, médica especialista em ginecologia e obstetrícia, reprodução humana assistida e infertilidade conjugal, Dra. Liliane Carmen, psicóloga especialista em psicologia e psicanálise clínica, Dra. Tassara Almeida, nutricionista especialista em nutrição clínica funcional e esportiva, Dra. Jamile Martins, ginecologista e diretora do Hospital da Mulher e o Dr. Diego Massena, advogado especialista em direito e processo do trabalho.
“Através do nosso mandato, vamos tornar essa causa mais visível à sociedade e conscientizar o maior número de mulheres para que se atentem aos sintomas da doença”, finalizou a deputada.
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