No 2º trimestre de 2024, taxa de desocupação na Bahia ficou em 11,1%, a menor em 10 anos, mas a 2ª maior do país

Por Redação Oxarope
15/08/2024

Publicado em -

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** Taxa de desocupação no estado (11,1%) retomou trajetória de queda, sendo a menor para um 2º trimestre desde 2014 e deixando de ser a mais elevada do país, superada pela de Pernambuco (11,5%);

** Município de Salvador (15,0%) e Região Metropolitana da capital (15,0%) também tiveram quedas nas taxas de desocupação, do 1º para o 2º tri/24, mas lideram nacionalmente nesse indicador;

** De abril a junho de 2024, havia 6,159 milhões de trabalhadores na Bahia. O contingente cresceu tanto frente ao 1º trimestre deste ano (+2,0% ou +121 mil pessoas ocupadas) quanto ao 2º tri/23 (+2,1% ou +127 mil ocupados);

** Já as pessoas procurando trabalho (desocupadas ou desempregadas) somavam 769 mil, número 22,0% menor do que o do 1º trimestre, e o menor total para um 2º trimestre em dez anos;

** Aumento do número de pessoas ocupadas na Bahia, do 1º para o 2º tri/24, foi puxado pelos empregados com carteira (+84 mil), que representaram 7 de cada 10 novos trabalhadores, no estado, nesse período. Taxa de informalidade caiu a menos de 50% (49,4%) pela primeira vez desde a pandemia;

** Frente ao 1º trimestre, 6 dos 10 grupamentos de atividades econômicas tiveram saldo positivo de trabalhadores na Bahia. Informação e comunicação (+60 mil pessoas) e construção (+51 mil pessoas) tiveram os maiores aumentos absolutos;

** Do 1º para o 2º tri/24, rendimento médio dos trabalhadores aumentou na Bahia (+3,6%) e RMS (+1,5%), mas caiu em Salvador (-1,3%);

** As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) Trimestral, do IBGE.

No 2º trimestre de 2024, a taxa de desocupação na Bahia foi de 11,1%. Ela caiu em relação à do 1º trimestre de 2024 (que havia sido 14,0%) e foi a menor para um 2º trimestre em dez anos, desde 2014, quando tinha sido de 10,2%.

O indicador para o estado voltou a recuar após ter crescido entre o 4º trimestre de 2023 e o 1º trimestre de 2024. Com isso, a Bahia deixou de ter a maior taxa de desocupação do país, posto agora ocupado por Pernambuco (11,5%).

Ainda assim, a taxa de desocupação baiana foi a 2ª maior entre os estados, seguindo bem acima da nacional (6,9%) e equivalendo a mais de três vezes a verificada em Santa Catarina, que tem a menor taxa de desocupação do Brasil (3,2%).

O município de Salvador registrou, no 2º trimestre deste ano, uma taxa de desocupação maior do que a do estado como um todo (15,0%), apesar de ter apresentado queda frente ao trimestre anterior (quando havia sido de 16,2%) e ao 2º trimestre de 2023 (16,0%). Salvador manteve a maior taxa de desocupação entre as capitais brasileiras pelo quarto trimestre consecutivo.

Na Região Metropolitana de Salvador (RMS), a taxa de desocupação ficou idêntica à da capital: 15,0% no 2º trimestre de 2024. O índice também foi o maior do país entre as regiões metropolitanas das capitais, mesmo tendo mostrado queda frente ao trimestre anterior (quando havia sido de 16,7%) e ao 2º trimestre de 2023 (16,6%).

taxa de desocupação mede a proporção (%) de pessoas de 14 anos ou mais de idade que estão desocupadas (não trabalharam e procuraram trabalho) em relação ao total de pessoas que estão na força de trabalho, seja trabalhando (pessoas ocupadas) ou procurando (desocupadas).

Número de trabalhadores cresce e o de desocupados cai na Bahia, tanto frente ao 1º tri/24 quanto ao 2º tri/23

A queda na taxa de desocupação da Bahia, do 1º para o 2º trimestre de 2024, foi resultado da combinação do aumento no número de pessoas trabalhando com a queda do número de pessoas desocupadas (ou desempregadas).

No 2º trimestre do ano, a população ocupada (que estava trabalhando no estado, fosse em ocupações formais ou informais) ficou em 6,159 milhões de pessoas, crescendo 2,0% frente ao trimestre anterior, quando havia sido de 6,038 milhões (mais 121 mil ocupados no período). Na comparação com o 2º trimestre de 2023 (quando 6,032 milhões de pessoas estavam ocupadas), a população que trabalhava na Bahia também seguiu em alta, com um saldo de mais 127 mil trabalhadores em um ano (+2,1%).

Por outro lado, a população desocupada (que não estava trabalhando, procurou trabalho e poderia ter assumido caso tivesse encontrado) no estado caiu 22,0% (-217 mil desocupados) em relação ao 1º trimestre do ano, chegando a 769 mil pessoas. Foi a menor para um 2º trimestre em dez anos, desde 2014 (quando eram 713 mil desocupados). Frente ao 2º trimestre de 2023, houve uma redução de 17,4% no número de pessoas procurando trabalho (-162 mil).

Entre o 1º e o 2º trimestre de 2024, também cresceu a população que estava fora da força de trabalho (que por algum motivo não estava trabalhando nem procurou trabalho), na Bahia. Ela passou de 5,189 milhões para 5,314 milhões de pessoas (+2,4%), com 125 mil deixando a força em três meses. Frente ao 2º trimestre de 2023, o aumento foi ainda maior, +2,9%, o que representou mais 148 mil pessoas fora da força de trabalho, em um ano.

Apesar do aumento da população fora da força de trabalho, o subgrupo dos desalentados diminuiu no estado em relação ao 1º trimestre deste ano (-13,6% ou menos 82 mil pessoas), chegando ao total de 525 mil pessoas. Frente ao 2º trimestre de 2023, porém, houve aumento de 2,9% nessa população.

A Bahia segue com o maior número absoluto de desalentados do país, posto que detém ao longo de toda a série da PNAD Contínua, desde 2012. No 2º trimestre de 2024, no Brasil, havia 3,250 milhões de desalentados, número que caiu tanto frente ao 1º trimestre deste ano (-9,6% ou menos 345 mil pessoas), quanto em relação ao 2º trimestre de 2023 (-11,5% ou menos 422 mil pessoas).

população desalentada é aquela que está fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade. Entretanto, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.

Na cidade de Salvador e na região metropolitana da capital, os movimentos no mercado de trabalho no 2º trimestre de 2024 foram parecidos entre si, mas diferentes do verificado na Bahia como um todo. 

Frente ao 1º trimestre de 2024, diminuiu o número de pessoas trabalhando na capital e na RMS, e o total de pessoas desocupadas também recuou, só que com crescimento da população fora da força de trabalho (que não estava trabalhando nem procurando trabalho). Na comparação com o 2º trimestre de 2023, o quadro no município de Salvador foi o mesmo, mas na RMS houve estabilidade no número de pessoas trabalhando, em vez de queda. 

No 2º trimestre de 2024, em Salvador, havia 1,296 milhão de pessoas trabalhando (frente a 1,327 milhão no trimestre anterior e 1,348 milhão no 2º tri/23). Por outro lado, 229 mil pessoas estavam desocupadas (frente a 256 mil no 1º trimestre e a 257 mil no 2º tri/23). Outras 965 mil pessoas estavam fora da força de trabalho (frente a 871 mil e a 868 mil, respectivamente)

Considerando toda a região metropolitana da capital, 1,789 milhão de pessoas trabalhavam (frente a 1,811 milhão no trimestre anterior e 1,788 milhão no 2º tri/23), enquanto 315 mil estavam desocupadas (frente a 364 mil e 356 mil respectivamente). Um total de 1,287 milhão de pessoas estavam fora da força de trabalho no 2º trimestre deste ano (eram 1,187 milhão no 1º tri e 1,184 milhão no 2º trimestre de 2023). 

Entre o 1º e o 2º trimestres de 2024, 7 de cada 10 novos trabalhadores na Bahia foram empregados no setor privado com carteira assinada

O aumento da população ocupada no 2º trimestre de 2024, na Bahia, frente ao trimestre imediatamente anterior, foi puxado com mais força pelo crescimento no número de empregados no setor privado com carteira assinada.

Nessa comparação, o total de empregados com carteira passou de 1,652 milhão para 1,736 milhão, o que representou mais 84 mil pessoas trabalhando nessa condição, em três meses (+5,1%). Com o avanço, os empregados com carteira representaram 7 de cada 10 pessoas que passaram a trabalhar do 1º para o 2º trimestre, na Bahia (69,4% ou 84 mil dos 121 mil novos trabalhadores). 

O número de empregados no setor privado sem carteira assinada teve o segundo maior aumento absoluto, do 1º para o 2º trimestre de 2024, passando de 1,210 milhão para 1,254 milhão, o que representou mais 44 mil trabalhadores nessa condição (+3,6%) em três meses, na Bahia. 

Por outro lado, nesse período, o número de trabalhadores por conta própria foi o que mais caiu no estado (-28 mil pessoas ou -1,7%, passando de 1,609 milhão para 1,581 milhão,). A redução foi puxada por aqueles sem CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), que chegaram a 1,318 milhão de pessoas, 38 mil a menos do que no 1º trimestre (-2,8%). 

Outro grupo que encolheu, entre o 1º o 2º trimestre do ano, foi o dos trabalhadores familiares auxiliares, de 129 mil para 112 mil pessoas (-17 mil ou -13,2%). 

Essas variações nas formas de inserção no mercado de trabalho baiano levaram a taxa de informalidade a seguir em queda no estado, ficando abaixo de 50,0%, em 49,4%, pela primeira vez desde o 2º trimestre de 2020, quando, em virtude da pandemia, havia atingido seu ponto mais baixo, 48,1%.

Entre abril e junho, 3,045 milhões de pessoas trabalhavam como informais no estado. Embora esse contingente tenha crescido um pouco frente ao 1º trimestre (+0,4% ou mais 11 mil pessoas), aumentou bem menos do que o total de trabalhadores, por isso a taxa recuou – era 50,2% entre janeiro e março. 

Frente ao 2º trimestre de 2023, o número absoluto de informais caiu na Bahia (-4,1% ou menos 131 mil trabalhadores nessa situação em um ano). A taxa de informalidade, naquele momento, também era maior: 52,7%.

São considerados informais os empregados no setor privado e domésticos que não têm carteira assinada, os trabalhadores por conta própria ou empregadores sem CNPJ e as pessoas que trabalham como auxiliares em algum negócio familiar.

Frente ao 1º tri, informação e comunicação (+60 mil) e construção (+51 mil) tiveram os maiores saldo positivos de trabalhadores, na Bahia

Na passagem do 1º para o 2º trimestre de 2024, aumentou o número de pessoas trabalhando em 6 dos 10 grupamentos de atividade investigados na Bahia.

O maior crescimento absoluto foi verificado no grupo informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+60 mil ou +11,4%), que passou de 525 mil para 585 mil pessoas ocupadas.

O segundo maior crescimento ficou com a construção (+51 mil ou +11,1%), que passou de 459 mil para 510 mil trabalhadores no estado.

Em termos percentuais, porém, o maior aumento ficou com o grupo transporte, armazenagem e correio, que teve um crescimento de 11,9% no número de trabalhadores em três meses, chegando a 311 mil.

Por outro lado, entre os 4 grupamentos de atividades com queda no número de trabalhadores no período, a maior redução absoluta foi verificada na indústria geral (-25 mil), que também teve o maior recuo em termos percentuais (-4,9%), passando de 515 mil para 490 mil pessoas ocupadas.

A segunda maior queda ficou com o grupo comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-24 mil ou -2,1%), que passou de 1,169 milhão para 1,145 milhão de trabalhadores, no estado.

Já na comparação com o 2º trimestre de 2023, houve aumento da ocupação em 7 das 10 atividades. A administração pública liderou as atividades com maiores ganhos absolutos, com 103 mil trabalhadores a mais ou +9,5%.

No outro extremo, em um ano, a agropecuária teve a maior perda de trabalhadores, em termos absolutos e percentuais (-165 mil, ou -15,3%).

Do 1º para o 2º tri/24, rendimento médio dos trabalhadores aumentou na Bahia (+3,6%) e RMS (+1,5%), mas caiu em Salvador (-1,3%)

No 2º trimestre de 2024, o rendimento médio real (descontados os efeitos da inflação) mensal habitualmente recebido por todos os trabalhos na Bahia ficou em R$ 2.206. O valor foi o 4º mais baixo entre as 27 unidades da Federação, acima apenas de Maranhão (R$ 2.088), Alagoas (R$ 2.127) e Ceará (R$ 2.164).

Entretanto, ficou acima do registrado no 1º trimestre deste ano, que havia sido de R$ 2.130 (mais R$ 76 ou +3,6%). Frente ao resultado do 2º trimestre de 2023 (R$ 1.904), também houve aumento (mais R$ 302 ou +15,9%).

Na Região Metropolitana de Salvador o rendimento dos trabalhadores também avançou no 2º trimestre deste ano, ficando em R$ 2.910, 1,5% superior (mais R$ 43) ao do trimestre imediatamente anterior (R$ 2.867) e 11,7% maior (mais R$ 305) do que o do 2º trimestre de 2023 (R$ 2.605) 

Apesar do aumento no rendimento dos trabalhadores no estado como um todo e na Região Metropolitana da capital, no município de Salvador, houve queda em relação ao trimestre imediatamente anterior. No 2º trimestre, o rendimento médio real de todos os trabalhos, na capital, ficou em R$ 2.982, 1,3% menor (menos R$ 40) do que no trimestre anterior (R$ 3.022). Frente ao 2º trimestre de 2023, houve alta de 12,8% (mais R$ 337). 

O rendimento médio dos trabalhadores de Salvador é o 5º menor entre as capitais.

Na Bahia como um todo, a massa de rendimento real habitual de todos os trabalhos chegou a R$ 13,329 bilhões no 2º trimestre e variou positivamente nas duas comparações: +6,0% frente ao 1º trimestre e +19,3% frente ao 2º tri/23.

massa de rendimento é a soma dos rendimentos de trabalho de todas as pessoas ocupadas. Indica o volume de dinheiro em circulação.

Mariana Viveiros Seção – Superintendência Estadual do IBGE na Bahia

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No 2º trimestre de 2024, taxa de desocupação na Bahia ficou em 11,1%, a menor em 10 anos, mas a 2ª maior do país

Por Redação Oxarope
15/08/2024 - 09h00 - Atualizado 16 de agosto de 2024

Publicado em -

oXarope1150824notici1

** Taxa de desocupação no estado (11,1%) retomou trajetória de queda, sendo a menor para um 2º trimestre desde 2014 e deixando de ser a mais elevada do país, superada pela de Pernambuco (11,5%);

** Município de Salvador (15,0%) e Região Metropolitana da capital (15,0%) também tiveram quedas nas taxas de desocupação, do 1º para o 2º tri/24, mas lideram nacionalmente nesse indicador;

** De abril a junho de 2024, havia 6,159 milhões de trabalhadores na Bahia. O contingente cresceu tanto frente ao 1º trimestre deste ano (+2,0% ou +121 mil pessoas ocupadas) quanto ao 2º tri/23 (+2,1% ou +127 mil ocupados);

** Já as pessoas procurando trabalho (desocupadas ou desempregadas) somavam 769 mil, número 22,0% menor do que o do 1º trimestre, e o menor total para um 2º trimestre em dez anos;

** Aumento do número de pessoas ocupadas na Bahia, do 1º para o 2º tri/24, foi puxado pelos empregados com carteira (+84 mil), que representaram 7 de cada 10 novos trabalhadores, no estado, nesse período. Taxa de informalidade caiu a menos de 50% (49,4%) pela primeira vez desde a pandemia;

** Frente ao 1º trimestre, 6 dos 10 grupamentos de atividades econômicas tiveram saldo positivo de trabalhadores na Bahia. Informação e comunicação (+60 mil pessoas) e construção (+51 mil pessoas) tiveram os maiores aumentos absolutos;

** Do 1º para o 2º tri/24, rendimento médio dos trabalhadores aumentou na Bahia (+3,6%) e RMS (+1,5%), mas caiu em Salvador (-1,3%);

** As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) Trimestral, do IBGE.

No 2º trimestre de 2024, a taxa de desocupação na Bahia foi de 11,1%. Ela caiu em relação à do 1º trimestre de 2024 (que havia sido 14,0%) e foi a menor para um 2º trimestre em dez anos, desde 2014, quando tinha sido de 10,2%.

O indicador para o estado voltou a recuar após ter crescido entre o 4º trimestre de 2023 e o 1º trimestre de 2024. Com isso, a Bahia deixou de ter a maior taxa de desocupação do país, posto agora ocupado por Pernambuco (11,5%).

Ainda assim, a taxa de desocupação baiana foi a 2ª maior entre os estados, seguindo bem acima da nacional (6,9%) e equivalendo a mais de três vezes a verificada em Santa Catarina, que tem a menor taxa de desocupação do Brasil (3,2%).

O município de Salvador registrou, no 2º trimestre deste ano, uma taxa de desocupação maior do que a do estado como um todo (15,0%), apesar de ter apresentado queda frente ao trimestre anterior (quando havia sido de 16,2%) e ao 2º trimestre de 2023 (16,0%). Salvador manteve a maior taxa de desocupação entre as capitais brasileiras pelo quarto trimestre consecutivo.

Na Região Metropolitana de Salvador (RMS), a taxa de desocupação ficou idêntica à da capital: 15,0% no 2º trimestre de 2024. O índice também foi o maior do país entre as regiões metropolitanas das capitais, mesmo tendo mostrado queda frente ao trimestre anterior (quando havia sido de 16,7%) e ao 2º trimestre de 2023 (16,6%).

taxa de desocupação mede a proporção (%) de pessoas de 14 anos ou mais de idade que estão desocupadas (não trabalharam e procuraram trabalho) em relação ao total de pessoas que estão na força de trabalho, seja trabalhando (pessoas ocupadas) ou procurando (desocupadas).

Número de trabalhadores cresce e o de desocupados cai na Bahia, tanto frente ao 1º tri/24 quanto ao 2º tri/23

A queda na taxa de desocupação da Bahia, do 1º para o 2º trimestre de 2024, foi resultado da combinação do aumento no número de pessoas trabalhando com a queda do número de pessoas desocupadas (ou desempregadas).

No 2º trimestre do ano, a população ocupada (que estava trabalhando no estado, fosse em ocupações formais ou informais) ficou em 6,159 milhões de pessoas, crescendo 2,0% frente ao trimestre anterior, quando havia sido de 6,038 milhões (mais 121 mil ocupados no período). Na comparação com o 2º trimestre de 2023 (quando 6,032 milhões de pessoas estavam ocupadas), a população que trabalhava na Bahia também seguiu em alta, com um saldo de mais 127 mil trabalhadores em um ano (+2,1%).

Por outro lado, a população desocupada (que não estava trabalhando, procurou trabalho e poderia ter assumido caso tivesse encontrado) no estado caiu 22,0% (-217 mil desocupados) em relação ao 1º trimestre do ano, chegando a 769 mil pessoas. Foi a menor para um 2º trimestre em dez anos, desde 2014 (quando eram 713 mil desocupados). Frente ao 2º trimestre de 2023, houve uma redução de 17,4% no número de pessoas procurando trabalho (-162 mil).

Entre o 1º e o 2º trimestre de 2024, também cresceu a população que estava fora da força de trabalho (que por algum motivo não estava trabalhando nem procurou trabalho), na Bahia. Ela passou de 5,189 milhões para 5,314 milhões de pessoas (+2,4%), com 125 mil deixando a força em três meses. Frente ao 2º trimestre de 2023, o aumento foi ainda maior, +2,9%, o que representou mais 148 mil pessoas fora da força de trabalho, em um ano.

Apesar do aumento da população fora da força de trabalho, o subgrupo dos desalentados diminuiu no estado em relação ao 1º trimestre deste ano (-13,6% ou menos 82 mil pessoas), chegando ao total de 525 mil pessoas. Frente ao 2º trimestre de 2023, porém, houve aumento de 2,9% nessa população.

A Bahia segue com o maior número absoluto de desalentados do país, posto que detém ao longo de toda a série da PNAD Contínua, desde 2012. No 2º trimestre de 2024, no Brasil, havia 3,250 milhões de desalentados, número que caiu tanto frente ao 1º trimestre deste ano (-9,6% ou menos 345 mil pessoas), quanto em relação ao 2º trimestre de 2023 (-11,5% ou menos 422 mil pessoas).

população desalentada é aquela que está fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade. Entretanto, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.

Na cidade de Salvador e na região metropolitana da capital, os movimentos no mercado de trabalho no 2º trimestre de 2024 foram parecidos entre si, mas diferentes do verificado na Bahia como um todo. 

Frente ao 1º trimestre de 2024, diminuiu o número de pessoas trabalhando na capital e na RMS, e o total de pessoas desocupadas também recuou, só que com crescimento da população fora da força de trabalho (que não estava trabalhando nem procurando trabalho). Na comparação com o 2º trimestre de 2023, o quadro no município de Salvador foi o mesmo, mas na RMS houve estabilidade no número de pessoas trabalhando, em vez de queda. 

No 2º trimestre de 2024, em Salvador, havia 1,296 milhão de pessoas trabalhando (frente a 1,327 milhão no trimestre anterior e 1,348 milhão no 2º tri/23). Por outro lado, 229 mil pessoas estavam desocupadas (frente a 256 mil no 1º trimestre e a 257 mil no 2º tri/23). Outras 965 mil pessoas estavam fora da força de trabalho (frente a 871 mil e a 868 mil, respectivamente)

Considerando toda a região metropolitana da capital, 1,789 milhão de pessoas trabalhavam (frente a 1,811 milhão no trimestre anterior e 1,788 milhão no 2º tri/23), enquanto 315 mil estavam desocupadas (frente a 364 mil e 356 mil respectivamente). Um total de 1,287 milhão de pessoas estavam fora da força de trabalho no 2º trimestre deste ano (eram 1,187 milhão no 1º tri e 1,184 milhão no 2º trimestre de 2023). 

Entre o 1º e o 2º trimestres de 2024, 7 de cada 10 novos trabalhadores na Bahia foram empregados no setor privado com carteira assinada

O aumento da população ocupada no 2º trimestre de 2024, na Bahia, frente ao trimestre imediatamente anterior, foi puxado com mais força pelo crescimento no número de empregados no setor privado com carteira assinada.

Nessa comparação, o total de empregados com carteira passou de 1,652 milhão para 1,736 milhão, o que representou mais 84 mil pessoas trabalhando nessa condição, em três meses (+5,1%). Com o avanço, os empregados com carteira representaram 7 de cada 10 pessoas que passaram a trabalhar do 1º para o 2º trimestre, na Bahia (69,4% ou 84 mil dos 121 mil novos trabalhadores). 

O número de empregados no setor privado sem carteira assinada teve o segundo maior aumento absoluto, do 1º para o 2º trimestre de 2024, passando de 1,210 milhão para 1,254 milhão, o que representou mais 44 mil trabalhadores nessa condição (+3,6%) em três meses, na Bahia. 

Por outro lado, nesse período, o número de trabalhadores por conta própria foi o que mais caiu no estado (-28 mil pessoas ou -1,7%, passando de 1,609 milhão para 1,581 milhão,). A redução foi puxada por aqueles sem CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), que chegaram a 1,318 milhão de pessoas, 38 mil a menos do que no 1º trimestre (-2,8%). 

Outro grupo que encolheu, entre o 1º o 2º trimestre do ano, foi o dos trabalhadores familiares auxiliares, de 129 mil para 112 mil pessoas (-17 mil ou -13,2%). 

Essas variações nas formas de inserção no mercado de trabalho baiano levaram a taxa de informalidade a seguir em queda no estado, ficando abaixo de 50,0%, em 49,4%, pela primeira vez desde o 2º trimestre de 2020, quando, em virtude da pandemia, havia atingido seu ponto mais baixo, 48,1%.

Entre abril e junho, 3,045 milhões de pessoas trabalhavam como informais no estado. Embora esse contingente tenha crescido um pouco frente ao 1º trimestre (+0,4% ou mais 11 mil pessoas), aumentou bem menos do que o total de trabalhadores, por isso a taxa recuou – era 50,2% entre janeiro e março. 

Frente ao 2º trimestre de 2023, o número absoluto de informais caiu na Bahia (-4,1% ou menos 131 mil trabalhadores nessa situação em um ano). A taxa de informalidade, naquele momento, também era maior: 52,7%.

São considerados informais os empregados no setor privado e domésticos que não têm carteira assinada, os trabalhadores por conta própria ou empregadores sem CNPJ e as pessoas que trabalham como auxiliares em algum negócio familiar.

Frente ao 1º tri, informação e comunicação (+60 mil) e construção (+51 mil) tiveram os maiores saldo positivos de trabalhadores, na Bahia

Na passagem do 1º para o 2º trimestre de 2024, aumentou o número de pessoas trabalhando em 6 dos 10 grupamentos de atividade investigados na Bahia.

O maior crescimento absoluto foi verificado no grupo informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+60 mil ou +11,4%), que passou de 525 mil para 585 mil pessoas ocupadas.

O segundo maior crescimento ficou com a construção (+51 mil ou +11,1%), que passou de 459 mil para 510 mil trabalhadores no estado.

Em termos percentuais, porém, o maior aumento ficou com o grupo transporte, armazenagem e correio, que teve um crescimento de 11,9% no número de trabalhadores em três meses, chegando a 311 mil.

Por outro lado, entre os 4 grupamentos de atividades com queda no número de trabalhadores no período, a maior redução absoluta foi verificada na indústria geral (-25 mil), que também teve o maior recuo em termos percentuais (-4,9%), passando de 515 mil para 490 mil pessoas ocupadas.

A segunda maior queda ficou com o grupo comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-24 mil ou -2,1%), que passou de 1,169 milhão para 1,145 milhão de trabalhadores, no estado.

Já na comparação com o 2º trimestre de 2023, houve aumento da ocupação em 7 das 10 atividades. A administração pública liderou as atividades com maiores ganhos absolutos, com 103 mil trabalhadores a mais ou +9,5%.

No outro extremo, em um ano, a agropecuária teve a maior perda de trabalhadores, em termos absolutos e percentuais (-165 mil, ou -15,3%).

Do 1º para o 2º tri/24, rendimento médio dos trabalhadores aumentou na Bahia (+3,6%) e RMS (+1,5%), mas caiu em Salvador (-1,3%)

No 2º trimestre de 2024, o rendimento médio real (descontados os efeitos da inflação) mensal habitualmente recebido por todos os trabalhos na Bahia ficou em R$ 2.206. O valor foi o 4º mais baixo entre as 27 unidades da Federação, acima apenas de Maranhão (R$ 2.088), Alagoas (R$ 2.127) e Ceará (R$ 2.164).

Entretanto, ficou acima do registrado no 1º trimestre deste ano, que havia sido de R$ 2.130 (mais R$ 76 ou +3,6%). Frente ao resultado do 2º trimestre de 2023 (R$ 1.904), também houve aumento (mais R$ 302 ou +15,9%).

Na Região Metropolitana de Salvador o rendimento dos trabalhadores também avançou no 2º trimestre deste ano, ficando em R$ 2.910, 1,5% superior (mais R$ 43) ao do trimestre imediatamente anterior (R$ 2.867) e 11,7% maior (mais R$ 305) do que o do 2º trimestre de 2023 (R$ 2.605) 

Apesar do aumento no rendimento dos trabalhadores no estado como um todo e na Região Metropolitana da capital, no município de Salvador, houve queda em relação ao trimestre imediatamente anterior. No 2º trimestre, o rendimento médio real de todos os trabalhos, na capital, ficou em R$ 2.982, 1,3% menor (menos R$ 40) do que no trimestre anterior (R$ 3.022). Frente ao 2º trimestre de 2023, houve alta de 12,8% (mais R$ 337). 

O rendimento médio dos trabalhadores de Salvador é o 5º menor entre as capitais.

Na Bahia como um todo, a massa de rendimento real habitual de todos os trabalhos chegou a R$ 13,329 bilhões no 2º trimestre e variou positivamente nas duas comparações: +6,0% frente ao 1º trimestre e +19,3% frente ao 2º tri/23.

massa de rendimento é a soma dos rendimentos de trabalho de todas as pessoas ocupadas. Indica o volume de dinheiro em circulação.

Mariana Viveiros Seção – Superintendência Estadual do IBGE na Bahia

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