
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva instituiu, em 14 de julho de 2025, o Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, visando proteger o Brasil de possíveis tarifas de 50% que os EUA planejam impor a partir de 1º de agosto. Liderado pelo vice‑presidente Geraldo Alckmin, o grupo inicia reuniões já no dia 15 com setores industriais e do agro.
Criação estratégica do comitê
Instituído por decreto que regulamenta a recém‑aprovada Lei de Reciprocidade Econômica (Lei 15.122/25), o comitê terá à frente Alckmin, acompanhado pelos ministros Rui Costa (Casa Civil), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Fernando Haddad (Fazenda). O objetivo é adotar medidas concretas de defesa econômica.
Diálogo permanente com os EUA
Desde março, há um canal de comunicação ativa entre BR‑EUA. Alckmin teve videoconferência com o secretário de Comércio Howard Lutnick e o representante Jamieson Greer, estreitando relações técnicas que contam com participação do Itamaraty e MDIC, além do setor privado.
Missão imediata: ouvir o Brasil
Em 15 de julho, o comitê se reunirá com a indústria às 10h, seguido por audiência com o agro. O intuito é mapear quais setores serão mais afetados pelas tarifas e alinhar estratégias de retaliação ou negociações.
Reciprocidade e apoio legislativo
A Lei 15.122/25 foi aprovada com apoio unânime no Senado e aprovação simbólica na Câmara. O decreto regulamentador será publicado até 15 de julho. Isso habilita o governo a adotar contramedidas com respaldo legal.
Análise crítica e neorrealismo
A iniciativa revela uma postura firme do Brasil diante de tensões comerciais. Em tempos de globalização incerta, defender nossos produtores e manter a competitividade se tornaram imperativos. Não se trata de ressaltar o protecionismo, mas de equilibrar forças e garantir que a balança comercial brasileira não seja prejudicada por medidas unilaterais.
Com o comitê ativo e o diálogo aberto, o governo sinaliza proatividade e seriedade. A próxima fase exige atenção: as contramedidas devem ser pensadas de forma técnica e negociada, evitando uma escalada de retaliações. O leitor pode acompanhar os desdobramentos, pois o futuro do comércio exterior brasileiro pode se definir já nas próximas semanas.