
Empresas brasileiras prejudicadas pelo tarifaço de 50% dos Estados Unidos já podem, desde esta quinta-feira, 18 de setembro, acessar os recursos do Plano Brasil Soberano. O crédito totaliza R$ 40 bilhões e pode ser solicitado por meio dos bancos parceiros ou diretamente com o BNDES.
A medida integra a nova etapa do Plano Brasil Soberano, criado para mitigar os impactos das tarifas unilaterais impostas pelos Estados Unidos a dezenas de produtos brasileiros de exportação. O governo federal estima um impacto bilionário no setor produtivo e decidiu reagir com uma linha emergencial de crédito.
A solicitação já pode ser feita a partir da página de elegibilidade do BNDES. O acesso é realizado via autenticação com certificado digital da empresa na plataforma GOV.BR. Após a verificação, o sistema informa se a empresa está apta e quais soluções podem ser requeridas.
Ao todo, estão disponíveis R$ 40 bilhões, sendo:
- R$ 30 bilhões por meio do Fundo Garantidor de Exportações (FGE)
- R$ 10 bilhões diretamente do BNDES
Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o crédito vem com uma exigência clara, que é a manutenção dos empregos.
“A contrapartida é manter os empregos para a economia continuar crescendo e o país não ser prejudicado por essas medidas autoritárias, unilaterais e injustificadas.”
Os recursos poderão ser usados para financiar capital de giro, adaptação da atividade produtiva, compra de máquinas e diversificação de mercados. A proposta visa garantir liquidez imediata sem perder o foco estratégico da inovação e competitividade.
O que mais me chama atenção é que o plano acerta ao atrelar o crédito à preservação dos empregos. Não se trata apenas de sustentar empresas, mas de proteger os trabalhadores em meio a um conflito comercial.
Empresas de todos os portes podem acessar os recursos do FGE se, entre julho de 2024 e junho de 2025, ao menos 5% do faturamento bruto tiver vindo da exportação de bens impactados pelas tarifas dos EUA. A tabela oficial de produtos afetados está disponível para consulta pública.
As quatro linhas oferecidas pelo FGE são:
- Capital de Giro
- Giro Diversificação
- Bens de Capital
- Investimentos (tecnologia, inovação e adaptação produtiva)
Já empresas afetadas por qualquer percentual de tarifa, mesmo com impacto menor no faturamento, podem solicitar crédito diretamente com o BNDES. São oferecidas duas linhas principais:
- Capital de Giro Emergencial
- Capital de Giro Diversificação
O site oficial do BNDES traz um vídeo com o passo a passo para as empresas que desejam acessar o plano.
Enquanto os Estados Unidos tomam medidas que ferem os princípios do comércio justo, o Brasil responde com uma política que busca equilibrar a balança. Essa é a diferença entre reagir por impulso e responder com estratégia.
O crédito não resolve tudo, é verdade, mas representa um passo necessário. A exigência da manutenção de empregos mostra que há um senso de responsabilidade social embutido na política econômica atual. A prioridade agora deve ser garantir que os recursos cheguem com agilidade e eficiência, sem entraves burocráticos que costumam travar o que mais importa: a sobrevivência da produção nacional.
O Plano Brasil Soberano representa uma resposta concreta à crise comercial internacional, com foco no setor produtivo brasileiro. Empresas impactadas pelo tarifaço dos EUA devem agir com rapidez, consultar sua elegibilidade e buscar os canais corretos para garantir acesso aos recursos.
A reação do Brasil precisa ser mais do que um discurso. Ela começa com medidas como essa.