
O que era esperado há anos agora se concretiza. O SUS começou a distribuir um medicamento de ponta para tratar o câncer de mama HER2 positivo, considerado um dos tipos mais agressivos da doença. O primeiro lote do Trastuzumabe Entansina chegou nesta segunda-feira, 13 de outubro, ao aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e deve beneficiar mais de mil pacientes ainda em 2025.
O Trastuzumabe Entansina é indicado para mulheres que continuam com sinais da doença mesmo após a quimioterapia inicial. Esse medicamento é usado principalmente em estágios avançados, como o estágio III. A incorporação ao SUS representa um marco. É a primeira vez que esse protocolo clínico é adotado pela rede pública de saúde.
Serão distribuídos quatro lotes até junho de 2026. No total, o governo adquiriu 34,4 mil frascos, quantidade suficiente para atender toda a demanda prevista no país. O investimento de R$ 159,3 milhões representa também uma vitória econômica. O Ministério da Saúde negociou os preços com desconto médio de 50% em relação ao mercado, o que gerou economia de R$ 165,8 milhões.
O que mais chama atenção é como um avanço técnico pode transformar a vida de milhares de mulheres. O novo tratamento, que antes era inacessível para a maioria, tem potencial para reduzir significativamente a taxa de mortalidade. Segundo o Ministério da Saúde, essa redução pode chegar a 50%.
Além disso, o Governo Federal tem ampliado o acesso ao diagnóstico precoce. A mamografia no SUS agora está disponível para mulheres a partir de 40 anos, mesmo sem sintomas ou histórico familiar. Essa mudança já resultou em mais de 1 milhão de exames realizados em 2024 entre mulheres com menos de 50 anos.
“O Trastuzumabe Entansina era muito esperado e pode representar uma revolução no tratamento público do câncer de mama.” A afirmação é de José Barreto, diretor do Departamento de Atenção ao Câncer do Ministério da Saúde. “A ampliação do acesso é uma grande vitória para o povo brasileiro”, completou.
Além disso, o governo também avançou na oferta de outros medicamentos para câncer de mama avançado, como abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe. A autorização para que estados e municípios possam adquirir diretamente esses remédios, com recursos federais, será publicada ainda este mês. O objetivo é agilizar o tratamento e ampliar a cobertura.
Outro reforço importante em outubro é o programa “Agora Tem Especialistas”. São 28 carretas de saúde que percorrem regiões de difícil acesso e com baixa oferta de atendimento. O foco é na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de mama e de colo do útero. A estimativa é que 42,5 mil pacientes sejam atendidas, com a realização de 130 mil procedimentos.
Enquanto parte da sociedade se perde em debates ideológicos, na prática o que salva vidas são decisões como essa. Ter acesso gratuito a um tratamento de ponta, antes restrito aos planos privados, é mais do que avanço tecnológico. É justiça social. O impacto vai além dos números. Cada paciente beneficiada representa uma história, uma família e uma nova chance de vida.
O Outubro Rosa de 2025 marca uma virada histórica na saúde pública brasileira. Com investimento estratégico, ampliação de acesso e medidas práticas, o país mostra que é possível avançar mesmo em cenários desafiadores. O combate ao câncer de mama ganha mais força, mais alcance e, principalmente, mais humanidade.