O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,1% no terceiro trimestre de 2025, segundo o IBGE. No acumulado do ano, a economia avança 2,4%, com destaque para o desempenho da agropecuária e da indústria.

O novo boletim do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quinta-feira (4), revela que o Brasil manteve um ritmo estável de crescimento econômico no terceiro trimestre. O PIB totalizou R$ 3,2 trilhões, com resultados positivos na agropecuária (0,4%) e na indústria (0,8%). O setor de serviços apresentou leve avanço de 0,1%.
Comparado ao mesmo trimestre de 2024, o PIB subiu 1,8%. Já no acumulado de 2025, a alta é de 2,4%. O crescimento foi puxado especialmente pela agropecuária (11,6%) e por um desempenho consistente da indústria (1,7%) e dos serviços (1,8%).
Apesar do crescimento modesto, os números mostram uma economia em recuperação sólida e sustentada, mesmo diante de um cenário de política monetária ainda restritiva. A taxa de investimento (17,3% do PIB) e a taxa de poupança (14,5%) seguem em linha com os dados de 2024.
O consumo das famílias, com 0,4% de crescimento no trimestre, já registra 18 altas consecutivas, indicando resiliência do mercado interno. As exportações avançaram 3,3%, também ajudando a sustentar o crescimento.
Para mim, o que chama atenção é como o setor agropecuário tem mantido o Brasil em rota positiva, mesmo em um cenário global incerto e com juros ainda elevados. A economia parece encontrar seu próprio caminho de recuperação.
Segundo Claudia Dionísio, analista do IBGE, setores como a agropecuária e a indústria extrativa têm menor sensibilidade à política monetária e, por isso, têm sustentado os bons resultados. “Tanto na comparação interanual quanto no acumulado no ano, essas atividades se destacam”, afirmou.
Especialistas avaliam que o crescimento moderado é coerente com o cenário macroeconômico atual, marcado por juros ainda altos, inflação sob controle e cautela nos investimentos públicos e privados.
O crescimento de 2,4% no ano é positivo, mas não deixa de expor os limites da atual estratégia econômica. A demanda interna continua se mostrando vital, enquanto o investimento segue em patamar baixo para os desafios estruturais do país.
Enquanto o agronegócio brilha, a indústria precisa de mais estímulos para sustentar uma retomada mais robusta. E, no setor de serviços, que responde por mais de 70% do PIB, o crescimento pífio ainda revela os efeitos do alto custo do crédito e da informalidade.
A economia brasileira avança, mas ainda em terreno frágil. O desafio para 2026 será manter esse ritmo e aprofundar a retomada em setores mais sensíveis à renda e ao investimento. O país cresce, mas ainda não decola.



















