Rebanhos e produção animal crescem e atingem marcas inéditas na Bahia
Em 2024, a Bahia registrou recordes históricos na pecuária, com destaque para o rebanho de bovinos, ovinos, caprinos e para a produção de ovos. Os dados são da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) do IBGE, divulgada nesta terça-feira.
O número de bovinos chegou a 13,7 milhões de cabeças, o maior em 50 anos, enquanto os rebanhos de ovinos e caprinos mantiveram a liderança nacional, somando 5,1 milhões e 4,2 milhões de animais, respectivamente. Já a produção de ovos atingiu 127,7 milhões de dúzias, novo recorde da série histórica.
De 2023 para 2024, os oito rebanhos pesquisados pelo IBGE na Bahia cresceram. A produção de leite voltou a subir (+2,2%), o mel caiu (-5,6%) e a aquicultura teve leve alta (+0,2%).
Mesmo com quedas no valor de alguns produtos, o valor total da pecuária baiana atingiu R$ 3,3 bilhões, o maior desde o início do Plano Real, em 1994.
Rebanho bovino
- Crescimento de 3,5%, chegando a 13,7 milhões de animais.
- 2º maior aumento absoluto do Brasil (+455,8 mil cabeças).
- Santa Rita de Cássia lidera no estado com 202,8 mil bovinos.
Rebanho ovino
- Crescimento de 2,6%, total de 5,1 milhões.
- Bahia concentra 23,5% do efetivo nacional.
- Casa Nova, Juazeiro e Remanso estão entre os 4 maiores rebanhos do país.
Rebanho caprino
- Crescimento de 6,2%, total de 4,2 milhões.
- Bahia concentra 31,6% do rebanho brasileiro.
- Casa Nova (779,5 mil) e Juazeiro (437,4 mil) lideram o ranking nacional.
Produção de ovos
- Cresceu 4,2%, total de 127,7 milhões de dúzias.
- Eunápolis lidera com 27 milhões de dúzias (+11,5% em um ano).
- Apesar do recorde, o valor da produção caiu 6,8%.
Leite, mel e aquicultura
- Leite: +2,2%, chegando a 1,27 bilhão de litros.
- Mel: queda de 5,6%, segunda maior do país.
- Aquicultura: crescimento de 0,2%, recorde de R$ 274,6 milhões.
Segundo o IBGE, os resultados confirmam a tendência de expansão dos rebanhos e mostram a força da Bahia na pecuária nacional.
A Bahia é líder absoluta em ovinos e caprinos e aparece como destaque crescente na produção de ovos e leite. Especialistas avaliam que o desafio é agregar valor à produção, reduzindo a dependência de preços voláteis, como ocorreu no mel e nos ovos.
O avanço da pecuária baiana revela capacidade produtiva impressionante, mas também traz reflexões. Produzir mais não significa necessariamente gerar mais renda: os ovos bateram recorde histórico em volume, mas perderam valor de mercado.
Na prática, isso expõe um dilema: o estado precisa investir não só em quantidade, mas também em cadeias produtivas, industrialização e comercialização inteligente, garantindo que os recordes cheguem à mesa do produtor em forma de renda.
Com números históricos em bovinos, ovinos, caprinos e ovos, a Bahia reforça sua posição de protagonista na pecuária brasileira. O desafio, agora, é transformar recordes em desenvolvimento sustentável e renda para os produtores.