
Em anúncio histórico feito em Teresina, a Bahia teve 61 projetos aprovados na maior chamada pública já realizada para a indústria do Nordeste. Com R$ 35 bilhões garantidos, o estado entra em nova fase de desenvolvimento sustentável e inovação.
Lançada em maio, a Chamada Nordeste da Nova Indústria Brasil (NIB) surpreendeu ao superar em quase 11 vezes a meta inicial de R$ 10 bilhões, aprovando R$ 113 bilhões em 189 projetos para os nove estados da região. Deste total, R$ 35 bilhões serão destinados à Bahia, contemplando 61 iniciativas — a maior fatia entre os estados.
Essa é a primeira vez que todas as principais instituições financeiras públicas do país se unem em um esforço conjunto para impulsionar a reindustrialização regional. O projeto integra BNDES, Banco do Brasil, Caixa, BNB e Finep, com articulação da Sudene e apoio técnico do Consórcio Nordeste.
A aprovação maciça dos projetos revela o potencial latente da indústria nordestina e baiana em áreas estratégicas como bioeconomia, hidrogênio verde, automação agrícola e data centers sustentáveis. Mais de 74% das propostas aprovadas são de micro, pequenas e médias empresas, o que demonstra uma descentralização inédita dos recursos.
Para mim, o que mais chama atenção é como decisões políticas e técnicas, quando bem articuladas, podem transformar realidades locais. Na prática, esses recursos podem se traduzir em mais empregos, formação tecnológica, preservação ambiental e maior competitividade para a indústria baiana.
“O Nordeste voltou a ser prioridade”, destacou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Segundo ele, a chamada marca um salto de desenvolvimento para a região, com um aumento de 32% nos recursos do banco destinados ao Nordeste.
O ministro Geraldo Alckmin foi direto: “Estamos garantindo que o desenvolvimento sustentável e a neoindustrialização cheguem na ponta.” Ele ressaltou que a participação maciça de pequenas empresas reforça o caráter democrático da chamada.
Já o governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Rafael Fonteles, celebrou: “É a maior injeção de crédito da história da industrialização nordestina. Isso mostra que, com crédito, o Nordeste responde.”
Enquanto muitos ainda enxergam o Nordeste com os olhos do passado, essa chamada pública joga luz sobre um futuro com protagonismo. A Bahia, com sua diversidade territorial e econômica, tem tudo para ser referência nacional em economia verde e inovação.
Por trás de cifras bilionárias, estão cooperativas tentando modernizar suas operações, startups apostando em energia limpa e pequenas indústrias buscando espaço no mercado nacional. É esse chão de fábrica, misturado com pesquisa e coragem empreendedora, que sustenta as grandes transformações.
O investimento de R$ 35 bilhões em projetos industriais na Bahia é mais do que um aporte financeiro é uma oportunidade histórica de virar a chave da dependência econômica para um ciclo de autonomia, inovação e desenvolvimento sustentável.
Resta agora acompanhar se os projetos aprovados sairão do papel com a agilidade prometida e se alcançarão quem realmente precisa: os trabalhadores e empreendedores que movem o motor da nova indústria baiana.


















