Bolsonaro teria admitido plano autoritário, aponta PGR

Por Marcelo oXarope
15/07/2025

Publicado em

Noticia oXarope 15JUl2501bolsonaropgr

Um parecer assinado pela Procuradoria‑Geral da República (PGR) revela que o ex‑presidente Jair Bolsonaro (PL) fez, em interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), uma “clara confissão” de intenções antidemocráticas. Segundo o documento, Bolsonaro admitiu discutir “possibilidades jurídicas” para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), citando diretamente a possibilidade de medidas autoritárias e acionamento das Forças Armadas.

Confissão e crítica à atuação presidencial

A PGR afirma que a fala de Bolsonaro demonstra “inconformismo com medidas judiciais” e que discutir meios de obstrução jurídica para impedir a posse configura “intento antidemocrático”. O parecer critica o ex‑chefe do Executivo por considerar essas cogitações indevidas e contrárias à ordem constitucional.

Atuação junto às Forças Armadas

De acordo com o parecer, o peticionário se negou a “submeter-se ao rito constitucional”, afirmando ter acionado diretamente comandantes militares para apresentar “medidas de exceção”. Em junho, Bolsonaro admitiu ter discutido a possibilidade de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) no país. Ele justificou dizendo que havia preocupação com protestos de caminhoneiros e atos no Quartel‑General do Exército, atribuídos a eleitores insatisfeitos com o resultado eleitoral.

“Minuta do golpe” e decreto não oficializado

Bolsonaro reconheceu a elaboração da “minuta do golpe” num encontro informal em 7 de dezembro de 2022, no Palácio do Alvorada. Lá, conforme ele, apresentou “considerandos” de um decreto que previa:

  • Decretação de GLO;
  • Prisão de ministros do STF;
  • Anulação das eleições;
  • Criação de um “conselho eleitoral” paralelo.

A PGR descreve a reunião como “conspiratória”, alegando que, mesmo sem o texto ter sido assinado, o simples fato de discuti-lo representa crime.

Análise jurídica: crime contra a ordem democrática

A Procuradoria sustenta que “a tentativa de subversão via força”, por parte de um governante legitimado, caracteriza crime previsto na legislação penal. O processo está em fase final no STF e, em caso de condenação, Bolsonaro pode ser sentenciado a mais de 40 anos de prisão. Sua defesa sustenta que sempre atuou “dentro das quatro linhas da Constituição”.

Contexto político

O episódio reforça o debate sobre responsabilidade das Forças Armadas durante crises políticas. Agosto de 2023 ainda ecoa, com as investigações sobre a omissão de Bolsonaro frente às manifestações de 8 de janeiro. Esse novo episódio reforça críticas à tentativa de deslegitimar instituições democráticas.

O parecer da PGR traz à tona um ponto crítico: discutir medidas jurídicas e militares para impedir a posse de um presidente eleito, ainda que não concretizadas, já constituem grave ameaça à democracia. Resta ao STF decidir se tais atos configuram crime para efeito de condenação.

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Por Marcelo oXarope
15/07/2025 - 06h52 - Atualizado 15 de julho de 2025

Publicado em

Noticia oXarope 15JUl2501bolsonaropgr

Um parecer assinado pela Procuradoria‑Geral da República (PGR) revela que o ex‑presidente Jair Bolsonaro (PL) fez, em interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), uma “clara confissão” de intenções antidemocráticas. Segundo o documento, Bolsonaro admitiu discutir “possibilidades jurídicas” para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), citando diretamente a possibilidade de medidas autoritárias e acionamento das Forças Armadas.

Confissão e crítica à atuação presidencial

A PGR afirma que a fala de Bolsonaro demonstra “inconformismo com medidas judiciais” e que discutir meios de obstrução jurídica para impedir a posse configura “intento antidemocrático”. O parecer critica o ex‑chefe do Executivo por considerar essas cogitações indevidas e contrárias à ordem constitucional.

Atuação junto às Forças Armadas

De acordo com o parecer, o peticionário se negou a “submeter-se ao rito constitucional”, afirmando ter acionado diretamente comandantes militares para apresentar “medidas de exceção”. Em junho, Bolsonaro admitiu ter discutido a possibilidade de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) no país. Ele justificou dizendo que havia preocupação com protestos de caminhoneiros e atos no Quartel‑General do Exército, atribuídos a eleitores insatisfeitos com o resultado eleitoral.

“Minuta do golpe” e decreto não oficializado

Bolsonaro reconheceu a elaboração da “minuta do golpe” num encontro informal em 7 de dezembro de 2022, no Palácio do Alvorada. Lá, conforme ele, apresentou “considerandos” de um decreto que previa:

  • Decretação de GLO;
  • Prisão de ministros do STF;
  • Anulação das eleições;
  • Criação de um “conselho eleitoral” paralelo.

A PGR descreve a reunião como “conspiratória”, alegando que, mesmo sem o texto ter sido assinado, o simples fato de discuti-lo representa crime.

Análise jurídica: crime contra a ordem democrática

A Procuradoria sustenta que “a tentativa de subversão via força”, por parte de um governante legitimado, caracteriza crime previsto na legislação penal. O processo está em fase final no STF e, em caso de condenação, Bolsonaro pode ser sentenciado a mais de 40 anos de prisão. Sua defesa sustenta que sempre atuou “dentro das quatro linhas da Constituição”.

Contexto político

O episódio reforça o debate sobre responsabilidade das Forças Armadas durante crises políticas. Agosto de 2023 ainda ecoa, com as investigações sobre a omissão de Bolsonaro frente às manifestações de 8 de janeiro. Esse novo episódio reforça críticas à tentativa de deslegitimar instituições democráticas.

O parecer da PGR traz à tona um ponto crítico: discutir medidas jurídicas e militares para impedir a posse de um presidente eleito, ainda que não concretizadas, já constituem grave ameaça à democracia. Resta ao STF decidir se tais atos configuram crime para efeito de condenação.

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