O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quinta-feira 20 de novembro a indicação de Jorge Messias atual Advogado-Geral da União para o Supremo Tribunal Federal na vaga deixada por Luís Roberto Barroso. A nomeação carrega peso técnico e político e será oficializada em edição extra do Diário Oficial.

Jorge Messias tem 45 anos formação jurídica sólida e longa trajetória no setor público. É graduado pela UFPE mestre e doutor pela UnB. Desde janeiro de 2023 comanda a Advocacia-Geral da União. Também já passou por cargos de destaque na Casa Civil Ministério da Saúde e Banco Central. A vaga aberta no STF vem após a saída de Barroso que se aposentou antes da idade limite.
A Constituição exige dos indicados ao STF notório saber jurídico e reputação ilibada. Messias cumpre os requisitos mas sua proximidade com o Executivo gera debate sobre a autonomia esperada de um ministro da mais alta Corte do país.
A escolha tem impacto profundo. Messias poderá ocupar o cargo por 30 anos influenciando decisões cruciais sobre direitos sociais economia e equilíbrio institucional. O governo aposta em seu perfil técnico e moderado mas enfrenta críticas por não ampliar a diversidade da Corte que segue sem representação feminina negra.
A nomeação também é vista como estratégica. Messias tem bom trânsito político apoio de setores religiosos e alinhamento com pautas do governo. Sua presença pode consolidar maioria no STF para temas que exigem votos sensíveis. Isso num momento em que o Judiciário é pressionado por polarizações e decisões de alto impacto social.
Para mim o que chama atenção é a forma como um nome escolhido em Brasília pode moldar o futuro de milhões. O STF julga políticas de saúde educação e liberdades civis. E um novo ministro influencia esse cenário por décadas.
Lula classificou Messias como defensor da Constituição e do Estado Democrático. Alckmin destacou sua formação sólida. Já setores da oposição questionaram sua isenção citando histórico de defesa do governo. Especialistas alertam para a baixa diversidade e para a necessidade de reforçar a confiança pública na Corte.
No Congresso o nome ainda será sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça e votado pelo plenário do Senado. O clima político pode influenciar o ritmo e o resultado da aprovação.
Enquanto o Planalto define quem entra no STF o brasileiro comum quer saber se a Justiça vai funcionar para todos. Indicações técnicas são bem-vindas mas precisam vir acompanhadas de compromisso com independência e pluralidade. Messias tem currículo mas carrega o peso de ser próximo demais do poder.
Essa é a tensão que vivemos hoje. O Judiciário precisa ser forte mas também confiável. E quem entra para o Supremo deve saber que sua cadeira é símbolo de equilíbrio não de fidelidade.
A escolha de Jorge Messias revela muito mais que um nome. Ela projeta o tipo de Judiciário que queremos para os próximos 30 anos. Agora a decisão está nas mãos do Senado e a atenção precisa ser total porque o que está em jogo é o rumo da democracia brasileira.


















