Indústria baiana vê na cultura um trunfo estratégico para inovação e impacto social

Pesquisa do SESI Bahia revela como a indústria enxerga a cultura como motor de inovação e desenvolvimento humano. Veja os dados e o que está em jogo.

Por Marcelo oXarope
21/10/2025

Publicado em

Noticia oXarope21102501noticia

Uma nova pesquisa do SESI Bahia aponta que 96% das médias e grandes indústrias da Bahia enxergam a cultura como peça-chave para o desenvolvimento humano, inovação e fortalecimento institucional. A sondagem revela um novo posicionamento do setor produtivo diante do papel transformador da cultura.

Realizada pelo Instituto Consulting do Brasil em parceria com o SESI Bahia, a “Pesquisa de Demanda em Cultura” ouviu 144 indústrias de médio e grande porte no estado. A amostra inclui setores como construção civil, alimentos e bebidas, química, petroquímica, agronegócio e metalurgia, com destaque para empresas localizadas na Região Leste da Bahia.

Os dados são expressivos:

  • 96% consideram a cultura importante para o desenvolvimento humano e social
  • 98% reconhecem o papel da cultura como promotora de inovação e criatividade
  • 94% veem a cultura como instrumento de fortalecimento da marca
  • 95% associam a cultura ao estímulo da economia criativa

Segundo Joana Fialho, gerente do SESI Cultura Bahia, este é um momento de reconexão:

“Esse levantamento é o primeiro passo do reencontro necessário entre a indústria e a cultura. Que esses dados nos inspirem a construir novos futuros, em que investir em cultura signifique gerar impacto, fortalecer marcas, identidades e inovar com criatividade e propósito.”

O estudo mostra que 62% das indústrias já realizaram investimentos ou apoios em projetos culturais. A maioria desses investimentos ocorreu dentro da própria Bahia (89%).

Entre os mecanismos usados:

  • 32% utilizam patrocínio direto
  • 44% utilizam leis de incentivo (federais, estaduais ou municipais)

Sobre os valores investidos:

  • 38% aplicaram até R$ 100 mil por ano
  • 22% investiram entre R$ 100 mil e R$ 500 mil
  • Em média, cada empresa apoia cinco projetos culturais anualmente

As principais motivações para esses investimentos são:

  • Responsabilidade social e desenvolvimento comunitário (25,8%)
  • Valorização da cultura local e regional (19,1%)
  • Reputação e visibilidade institucional (15,7%)

Além disso, 78% das empresas possuem políticas de ESG ou responsabilidade social alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Outro dado relevante é que 85% das empresas promovem ações culturais voltadas aos próprios colaboradores.

Para Armando Neto, diretor superintendente do SESI Bahia, o estudo revela uma nova forma de ver a cultura no setor produtivo:

“A pesquisa traz uma fotografia inédita do cenário cultural sob a ótica do setor produtivo. Isso reforça o papel estratégico do SESI como articulador de parcerias que gerem impacto social, econômico e cultural na Bahia.”

O levantamento mostra que a diretoria executiva é o setor que mais decide sobre os investimentos culturais, sendo citada por 52% das empresas.

Essa aproximação entre arte e indústria sinaliza uma mudança no entendimento da cultura como ferramenta exclusiva de entretenimento. Agora, ela é vista como um ativo de valor estratégico e social.

O que mais chama atenção nesta pesquisa é a virada de chave. A cultura, por muito tempo tratada como algo periférico, entra no radar de CEOs e conselhos de administração como ferramenta de impacto real. E não apenas impacto emocional, mas também econômico, institucional e social.

Esse novo olhar permite que a cultura seja reconhecida como o que ela de fato é: um vetor de pertencimento, criatividade, identidade e inovação.

Enquanto parte do setor público reduz investimentos culturais, o setor privado começa a enxergar sua importância. Essa mudança pode ser decisiva para o fortalecimento da economia criativa e para dar sustentabilidade a projetos que transformam vidas todos os dias nos bairros, nas periferias e nos espaços onde o poder público nem sempre alcança.

Os dados da pesquisa mostram que investir em cultura não é mais apenas um gesto de responsabilidade social. É visão estratégica. A indústria baiana dá um passo importante ao reconhecer o valor da cultura como motor de desenvolvimento e ferramenta para fortalecer marcas, territórios e pessoas.

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Por Marcelo oXarope
21/10/2025 - 15h42 - Atualizado 21 de outubro de 2025

Publicado em

Noticia oXarope21102501noticia

Uma nova pesquisa do SESI Bahia aponta que 96% das médias e grandes indústrias da Bahia enxergam a cultura como peça-chave para o desenvolvimento humano, inovação e fortalecimento institucional. A sondagem revela um novo posicionamento do setor produtivo diante do papel transformador da cultura.

Realizada pelo Instituto Consulting do Brasil em parceria com o SESI Bahia, a “Pesquisa de Demanda em Cultura” ouviu 144 indústrias de médio e grande porte no estado. A amostra inclui setores como construção civil, alimentos e bebidas, química, petroquímica, agronegócio e metalurgia, com destaque para empresas localizadas na Região Leste da Bahia.

Os dados são expressivos:

  • 96% consideram a cultura importante para o desenvolvimento humano e social
  • 98% reconhecem o papel da cultura como promotora de inovação e criatividade
  • 94% veem a cultura como instrumento de fortalecimento da marca
  • 95% associam a cultura ao estímulo da economia criativa

Segundo Joana Fialho, gerente do SESI Cultura Bahia, este é um momento de reconexão:

“Esse levantamento é o primeiro passo do reencontro necessário entre a indústria e a cultura. Que esses dados nos inspirem a construir novos futuros, em que investir em cultura signifique gerar impacto, fortalecer marcas, identidades e inovar com criatividade e propósito.”

O estudo mostra que 62% das indústrias já realizaram investimentos ou apoios em projetos culturais. A maioria desses investimentos ocorreu dentro da própria Bahia (89%).

Entre os mecanismos usados:

  • 32% utilizam patrocínio direto
  • 44% utilizam leis de incentivo (federais, estaduais ou municipais)

Sobre os valores investidos:

  • 38% aplicaram até R$ 100 mil por ano
  • 22% investiram entre R$ 100 mil e R$ 500 mil
  • Em média, cada empresa apoia cinco projetos culturais anualmente

As principais motivações para esses investimentos são:

  • Responsabilidade social e desenvolvimento comunitário (25,8%)
  • Valorização da cultura local e regional (19,1%)
  • Reputação e visibilidade institucional (15,7%)

Além disso, 78% das empresas possuem políticas de ESG ou responsabilidade social alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Outro dado relevante é que 85% das empresas promovem ações culturais voltadas aos próprios colaboradores.

Para Armando Neto, diretor superintendente do SESI Bahia, o estudo revela uma nova forma de ver a cultura no setor produtivo:

“A pesquisa traz uma fotografia inédita do cenário cultural sob a ótica do setor produtivo. Isso reforça o papel estratégico do SESI como articulador de parcerias que gerem impacto social, econômico e cultural na Bahia.”

O levantamento mostra que a diretoria executiva é o setor que mais decide sobre os investimentos culturais, sendo citada por 52% das empresas.

Essa aproximação entre arte e indústria sinaliza uma mudança no entendimento da cultura como ferramenta exclusiva de entretenimento. Agora, ela é vista como um ativo de valor estratégico e social.

O que mais chama atenção nesta pesquisa é a virada de chave. A cultura, por muito tempo tratada como algo periférico, entra no radar de CEOs e conselhos de administração como ferramenta de impacto real. E não apenas impacto emocional, mas também econômico, institucional e social.

Esse novo olhar permite que a cultura seja reconhecida como o que ela de fato é: um vetor de pertencimento, criatividade, identidade e inovação.

Enquanto parte do setor público reduz investimentos culturais, o setor privado começa a enxergar sua importância. Essa mudança pode ser decisiva para o fortalecimento da economia criativa e para dar sustentabilidade a projetos que transformam vidas todos os dias nos bairros, nas periferias e nos espaços onde o poder público nem sempre alcança.

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