A inflação de março deu uma trégua na Região Metropolitana de Salvador (RMS), mas ainda pesa no prato e no transporte do baiano. Segundo dados do IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,41%, bem abaixo dos 1,38% de fevereiro. Apesar da desaceleração, os maiores vilões do mês foram os alimentos e as passagens aéreas.
O número baiano também ficou abaixo da média nacional, que foi de 0,56%, e ocupou o 8º lugar entre as 16 regiões analisadas. Mesmo com a queda, a inflação na RMS ainda preocupa: acumula alta de 2,18% no ano, acima da média nacional (2,04%), e já é a 5ª maior do país.
Alimentos lideram as altas: café, ovos e tomate disparam
O grupo alimentação e bebidas puxou a inflação de março na capital e região com aumento médio de 0,96%. Os destaques foram:
- Ovos de galinha: +12,05%
- Café moído: +5,11%
- Tomate: +9,75%
- Manga: impressionantes +26,15%
- Batata-doce: +12,73%
O aumento nos alimentos foi sentido tanto dentro de casa quanto fora. Almoços e jantares em restaurantes subiram 0,99%, contribuindo para a elevação da inflação de quem costuma comer fora.
Passagens aéreas e condomínio também pesam
Em segundo lugar no ranking das pressões, o grupo transportes teve alta de 0,57%, puxado especialmente pelas passagens aéreas, que subiram 9,24% em março. Já no grupo habitação, o grande destaque foi o aumento do condomínio (+2,17%).
Por outro lado, a energia elétrica caiu -1,66% e ajudou a frear o impacto do setor habitacional, que havia disparado no mês anterior com um aumento histórico.
Queda nos preços de saúde e cuidados pessoais
O único grupo com deflação (queda nos preços) foi o de saúde e cuidados pessoais, com recuo de -0,06%, impulsionado pelas reduções em perfumes (-1,44%) e medicamentos (-0,55%).
Inflação avança no ano e acumula alta nos últimos 12 meses
Mesmo com o alívio em março, o IPCA da RMS acumula alta de 2,18% em 2025, número que coloca a região como a 5ª mais inflacionada do país no trimestre. E a situação não melhora ao olhar para os 12 meses encerrados em março: o índice soma 5,63%, acelerando pelo oitavo mês consecutivo, o que coloca Salvador e região em 4º lugar no ranking nacional.
INPC também desacelera, mas segue elevado
O INPC, índice que mede a inflação para famílias de menor renda (até 5 salários mínimos), também registrou desaceleração em março e ficou em 0,36% – o 2º menor índice do país no mês. No entanto, o acumulado do ano é de 2,34%, e nos últimos 12 meses, chega a 5,42%, ainda acima da média brasileira.
Inflação alivia, mas cenário exige atenção
A queda no índice de março pode ser vista como um fôlego temporário. O custo da alimentação continua subindo, e os efeitos do transporte pressionam as famílias que já enfrentam dificuldades com o orçamento.
É um alívio, mas não uma reversão de tendência. A inflação ainda está correndo por fora — e o prato do brasileiro segue sendo o termômetro mais sensível da economia.
Fonte: IBGE