
Durante um discurso inflamado no congresso nacional do PSB, em Brasília no domingo, 01/06, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou a importância de eleger uma maioria no Senado em 2026 para evitar o que chamou de “avacalhação” do Supremo Tribunal Federal (STF). A fala de Lula ecoou preocupações crescentes em meio ao avanço da direita no Congresso Nacional e à tensão institucional que envolve o Judiciário.
Lula deixou claro que a disputa por cadeiras no Senado será central nas eleições de 2026, quando os eleitores terão a oportunidade de renovar dois terços da Casa. “Precisamos ganhar maioria no Senado. Porque, senão, vão avacalhar com a Suprema Corte”, afirmou, em tom firme, sinalizando o risco de ofensiva política contra o STF caso a oposição conquiste mais cadeiras.
O presidente ressaltou que tanto o PT quanto o PL, de Jair Bolsonaro, estão dispostos a priorizar nomes fortes para o Senado, mesmo que isso signifique abrir mão de candidaturas ao governo estadual. Para a direita, o objetivo principal é ampliar a influência no Senado e, assim, facilitar processos de impeachment contra ministros do STF um tema que segue alimentando as tensões políticas.
Em sua fala, Lula também defendeu a preservação das instituições democráticas. “Precisamos preservar as instituições que garantem o exercício da democracia”, pontuou. Ao final do discurso, adotou um tom mais descontraído, mas não menos político: “Se eu estiver bonitão do jeito que eu estou, apaixonado e motivado, a extrema direita não volta nunca mais a governar esse país”.
Além dos discursos de Lula, o evento foi marcado pela aclamação do prefeito do Recife, João Campos, como novo presidente nacional do PSB. Ele sucede Carlos Siqueira, que dirigiu a sigla por mais de uma década. Diante de lideranças como o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, Campos expressou gratidão à militância socialista e destacou a importância da renovação política, da unidade partidária e do compromisso com os valores socialistas históricos.
A declaração de Lula e a escolha de Campos para liderar o PSB refletem não só o cenário político atual, mas também a aposta do governo e de seus aliados na mobilização para assegurar estabilidade institucional e frear o avanço de pautas que colocam em xeque a independência do Judiciário. A corrida eleitoral para 2026, portanto, já começou nos bastidores, com foco total no Senado e no futuro do STF.