Nordeste tem a segunda maior população indígena do País e amplia reconhecimento étnico, aponta Sudene

Boletim divulgado pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste revela crescimento demográfico, desafios na demarcação de terras e baixa representatividade política indígena na região

Por Redação Oxarope
16/04/2025

Publicado em -

Noticia oXarope 16abr2501sudene

Recife (PE) – O Nordeste concentra atualmente a segunda maior população indígena do Brasil, com cerca de 530 mil pessoas, e registra crescimento expressivo no reconhecimento da identidade étnica nos últimos anos. Os dados constam no novo boletim temático lançado nesta quarta-feira (16) pela Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste).

Entre 2010 e 2022, o número de indígenas na região mais que dobrou, enquanto a média nacional cresceu 89%, alcançando aproximadamente 1,7 milhão de pessoas. O levantamento destaca que o Nordeste abriga 238 etnias diferentes, com presença predominante nos estados da Bahia e Pernambuco, que juntos concentram cerca de 60% da população indígena regional.

90% vivem fora de terras demarcadas

Apesar do avanço no número de pessoas que se autodeclaram indígenas, o estudo revela um obstáculo persistente: 90% dos indígenas do Nordeste vivem fora de terras oficialmente reconhecidas. Das 631 áreas indígenas identificadas em diferentes fases do processo de demarcação, apenas 105 foram efetivamente demarcadas.

Essa lacuna territorial, segundo a Sudene, compromete o acesso a direitos básicos e ameaça a preservação de tradições culturais. Além disso, o boletim indica que os índices de homicídios entre indígenas são menores em áreas oficialmente demarcadas, o que reforça a importância da regularização fundiária como estratégia de proteção.

Crescimento urbano exige novas políticas públicas

Outro dado relevante aponta que 63% da população indígena nordestina vive hoje em áreas urbanas. Essa mudança de perfil demográfico demanda novas abordagens em políticas públicas, sobretudo nas áreas de habitação, saúde e educação, com atenção às especificidades culturais dessas comunidades.

“Entender a realidade dos povos indígenas é essencial para desenvolver ações que respeitem sua diversidade e promovam inclusão social”, afirmou o superintendente da Sudene, Danilo Cabral. Segundo ele, o boletim reforça o papel da instituição na produção de conhecimento estratégico para o desenvolvimento regional com identidade e justiça social.

Baixa representatividade política

No campo político, o levantamento mostra que a representatividade indígena segue limitada. Nas eleições municipais de 2024, apenas 567 indígenas se candidataram a cargos no legislativo nos municípios nordestinos. Destes, 87 foram eleitos. Para o executivo municipal, houve 14 candidaturas e quatro vitórias.

Para a socióloga Teresa Oliveira, analista da Sudene, a baixa presença nos espaços institucionais é um dos principais entraves para a inclusão das pautas indígenas nas agendas públicas. “Mesmo com maior visibilidade nas cidades, esses povos ainda enfrentam barreiras na formulação de políticas específicas que atendam suas demandas culturais e sociais”, pontuou.

Produção de conhecimento estratégico

A publicação integra uma série de estudos lançados pela Sudene com foco em temas estruturantes para o desenvolvimento regional. Além da questão indígena, os boletins abordam aspectos como comércio exterior, mulheres nordestinas e juventude.

O objetivo, segundo a autarquia, é oferecer informações que subsidiem governos e instituições na criação de iniciativas que contemplem a diversidade sociocultural do Nordeste e contribuam para a redução das desigualdades.

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Por Redação Oxarope
16/04/2025 - 10h00 - Atualizado 16 de abril de 2025

Publicado em -

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Recife (PE) – O Nordeste concentra atualmente a segunda maior população indígena do Brasil, com cerca de 530 mil pessoas, e registra crescimento expressivo no reconhecimento da identidade étnica nos últimos anos. Os dados constam no novo boletim temático lançado nesta quarta-feira (16) pela Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste).

Entre 2010 e 2022, o número de indígenas na região mais que dobrou, enquanto a média nacional cresceu 89%, alcançando aproximadamente 1,7 milhão de pessoas. O levantamento destaca que o Nordeste abriga 238 etnias diferentes, com presença predominante nos estados da Bahia e Pernambuco, que juntos concentram cerca de 60% da população indígena regional.

90% vivem fora de terras demarcadas

Apesar do avanço no número de pessoas que se autodeclaram indígenas, o estudo revela um obstáculo persistente: 90% dos indígenas do Nordeste vivem fora de terras oficialmente reconhecidas. Das 631 áreas indígenas identificadas em diferentes fases do processo de demarcação, apenas 105 foram efetivamente demarcadas.

Essa lacuna territorial, segundo a Sudene, compromete o acesso a direitos básicos e ameaça a preservação de tradições culturais. Além disso, o boletim indica que os índices de homicídios entre indígenas são menores em áreas oficialmente demarcadas, o que reforça a importância da regularização fundiária como estratégia de proteção.

Crescimento urbano exige novas políticas públicas

Outro dado relevante aponta que 63% da população indígena nordestina vive hoje em áreas urbanas. Essa mudança de perfil demográfico demanda novas abordagens em políticas públicas, sobretudo nas áreas de habitação, saúde e educação, com atenção às especificidades culturais dessas comunidades.

“Entender a realidade dos povos indígenas é essencial para desenvolver ações que respeitem sua diversidade e promovam inclusão social”, afirmou o superintendente da Sudene, Danilo Cabral. Segundo ele, o boletim reforça o papel da instituição na produção de conhecimento estratégico para o desenvolvimento regional com identidade e justiça social.

Baixa representatividade política

No campo político, o levantamento mostra que a representatividade indígena segue limitada. Nas eleições municipais de 2024, apenas 567 indígenas se candidataram a cargos no legislativo nos municípios nordestinos. Destes, 87 foram eleitos. Para o executivo municipal, houve 14 candidaturas e quatro vitórias.

Para a socióloga Teresa Oliveira, analista da Sudene, a baixa presença nos espaços institucionais é um dos principais entraves para a inclusão das pautas indígenas nas agendas públicas. “Mesmo com maior visibilidade nas cidades, esses povos ainda enfrentam barreiras na formulação de políticas específicas que atendam suas demandas culturais e sociais”, pontuou.

Produção de conhecimento estratégico

A publicação integra uma série de estudos lançados pela Sudene com foco em temas estruturantes para o desenvolvimento regional. Além da questão indígena, os boletins abordam aspectos como comércio exterior, mulheres nordestinas e juventude.

O objetivo, segundo a autarquia, é oferecer informações que subsidiem governos e instituições na criação de iniciativas que contemplem a diversidade sociocultural do Nordeste e contribuam para a redução das desigualdades.

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