
A semana foi marcada por forte instabilidade nos mercados internacionais após o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a intenção de retomar tarifas sobre importações. A proposta atinge diretamente o Brasil, o México e países da União Europeia, reacendendo o temor de uma nova onda protecionista e provocando reações imediatas no mercado financeiro.
O resultado foi uma combinação de fuga de capitais, valorização do dólar e aumento da volatilidade nos países emergentes.
Real em queda com o avanço da insegurança global
O dólar abriu a semana em alta frente ao real, impulsionado pela aversão ao risco.
A preocupação é que a adoção de novas tarifas por parte dos Estados Unidos afete setores estratégicos das exportações brasileiras, como a agropecuária, a indústria siderúrgica e o setor de tecnologia. Com o avanço da incerteza, investidores passaram a buscar proteção na moeda americana, considerada mais segura em tempos de instabilidade.
União Europeia sob pressão cambial
Na Europa, o foco está no câmbio euro/dólar. Analistas alertam para o risco de que a cotação atinja o patamar de 1,20, o que poderia intensificar a saída de capitais da zona do euro e fragilizar ainda mais economias importantes como Alemanha e Itália. A resposta da União Europeia, por enquanto, tem sido diplomática, com reforço do diálogo e busca por acordos comerciais para evitar novos prejuízos.
México age rapidamente para conter danos
O México, que já sofreu sanções comerciais anteriormente, adotou uma postura preventiva e iniciou negociações diretas com o governo norte-americano. A meta é evitar novas barreiras a setores sensíveis como o agrícola e o automotivo, que representam grande parte da balança comercial mexicana.
Estabilidade pontual na Ásia
Enquanto isso, as moedas asiáticas apresentaram relativa estabilidade, mesmo diante da turbulência global. Apesar disso, os mercados da região permanecem em alerta, atentos à possibilidade de contágio e novas pressões cambiais caso o cenário se agrave.
O que esperar para o Brasil?
Para o Brasil, o momento exige atenção redobrada. O avanço do dólar tende a impactar preços internos, pressionar os custos de importação e influenciar decisões da política monetária. As exportações também podem ser afetadas, especialmente se a disputa comercial se intensificar e reduzir a demanda externa por produtos brasileiros.
O cenário exige acompanhamento constante e uma estratégia de proteção diante de um ambiente internacional cada vez mais instável e imprevisível.