O Governo Federal incluiu oficialmente a Ponte Salvador–Ilha de Itaparica entre os projetos prioritários para investimentos. A medida foi publicada no Diário Oficial desta segunda-feira, 22 de setembro, por meio de decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O Decreto nº 12.630 qualifica o Sistema Rodoviário Ponte Salvador–Itaparica no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), mecanismo que dá prioridade a obras consideradas estratégicas pelo Governo Federal. Com mais de 12 quilômetros de extensão, a ponte será a maior do Brasil e uma das maiores da América Latina.
A decisão fortalece a articulação entre o Governo da Bahia e o Consórcio Chinês responsável pela obra. O novo contrato com o consórcio foi formalizado em junho, após tratativas diplomáticas entre Lula e o presidente da China, Xi Jinping.
Com a entrada no PPI, o projeto da ponte passa a ter acesso facilitado a linhas de financiamento, maior agilidade nos processos de licenciamento e a possibilidade de receber aportes diretos do governo federal. Segundo o secretário especial do PPI, Marcus Cavalcanti, a medida assegura prioridade em todos os trâmites que envolvem órgãos federais.
A obra está integrada ao Novo PAC e tem previsão de transformar profundamente a logística regional. A nova ponte reduzirá em mais de 100 quilômetros a distância entre Salvador e os polos turísticos do Sul e Baixo Sul da Bahia, além de facilitar o transporte de cargas, encurtar o tempo de deslocamento e atrair novos investimentos para a região.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, destacou o caráter estratégico do projeto: “O investimento se pagará rapidamente, pois trará retorno em forma de desenvolvimento, turismo e empregos. Será um divisor de águas para a economia baiana.”
A estimativa é que a ponte beneficie diretamente 10 milhões de pessoas em aproximadamente 250 municípios. A expectativa é de forte impacto em setores como logística, comércio, indústria, serviços e turismo, além de valorização imobiliária.
O que mais chama atenção neste anúncio é o simbolismo da retomada de grandes projetos de infraestrutura com articulação internacional. A ponte Salvador–Itaparica não é apenas uma obra monumental em engenharia. Ela representa um esforço de reequilíbrio regional, ao conectar economicamente o Recôncavo, o Baixo Sul e a capital.
A entrada no PPI tira a obra da promessa e a aproxima da execução concreta. Mas o sucesso real dependerá da continuidade dos aportes, da capacidade de superar entraves ambientais e da garantia de que os benefícios cheguem de fato à população. Por ora, o que se vê é uma sinalização clara de que o governo pretende acelerar esse processo.
A qualificação da ponte Salvador–Itaparica como prioridade nacional muda o patamar do projeto. A Bahia passa a ter uma das obras mais estratégicas do país com respaldo direto do Governo Federal. Agora, os olhos se voltam para a execução, que poderá redefinir o mapa econômico e social da região.