
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), realizada pelo IBGE, revelou que a Bahia teve uma redução significativa no acesso aos serviços básicos de saneamento e coleta de lixo entre 2022 e 2023, refletindo desafios estruturais e desigualdades regionais no estado.
Queda no acesso ao esgotamento sanitário pela rede geral
Em 2023, 52,7% dos moradores da Bahia viviam em domicílios conectados à rede geral de esgotamento sanitário, queda de 2,1 pontos percentuais em relação a 2022, quando a proporção era de 54,8%. A Bahia, apesar de estar abaixo da média nacional (62,2%), apresentou o 9º maior índice entre os estados.
A redução foi a 4ª mais acentuada do Brasil, atrás apenas de Tocantins, Rio Grande do Sul e Piauí. As áreas rurais foram especialmente impactadas, com apenas 5,5% dos moradores moradores da rede geral de esgoto, em contraste com 69,4% nas áreas urbanas.
Coleta de lixo em queda no estado
A proporção de moradores em domicílios com coleta de lixo direta ou indireta também recebeu redução de 83,9% para 83,5%, ficando abaixo da mídia nacional (92%). No contexto rural, mais da metade dos moradores (54,7%) queimou o lixo na propriedade em que viviam, índice que aumentou em relação a 2022.
Esse cenário reflete a disparidade entre áreas urbanas e rurais: enquanto 98,6% dos moradores urbanos tinham acesso à coleta de lixo, apenas 42,3% dos moradores rurais contavam com o serviço.
Acesso à rede geral de água apresenta melhora modesta
A proporção de domicílios ligada à rede geral de distribuição de água aumentou ligeiramente, passando de 83,5% para 84,7% entre 2022 e 2023. Apesar da alta, a Bahia ficou abaixo da média nacional (85,3%) e ocupada a 14ª posição no ranking entre os estados.
Perfil dos domicílios na Bahia: mulheres à frente e mais residências unipessoais
A liderança feminina nos lares baianos foi consolidada em 2023, com 53,1% dos domicílios chefiados por mulheres, acima da média nacional de 51,7%.
Além disso, 1 em cada 5 residências no estado (20,2%) era unipessoal, a 3ª maior proporção do país. Entre os moradores que viviam sozinhos, os homens representavam a maioria (56,7%), exceto entre os idosos, onde predominavam as mulheres (58,2%).
Reflexos para o futuro
Os dados destacam a necessidade de políticas públicas externas para ampliação do saneamento básico e gestão de resíduos, especialmente em áreas rurais, onde os índices são críticos. Além disso, o crescimento da chefia feminina e o aumento de lar unipessoal refletem mudanças sociais que exigem atenção na formulação de políticas habitacionais e de assistência social.
🔗 Leia mais: Acesse o site da Agência IBGE Notícias para consultar o relatório completo da pesquisa.