Salvador, 476 anos: Cinco curiosidades reveladoras sobre os bairros da capital baiana que só o IBGE te conta

Por Marcelo oXarope
28/03/2025

Publicado em -

bairro-da-barra-salvador

No próximo sábado, 29 de março, Salvador completa 476 anos. Primeira capital do Brasil, a cidade carrega nas ladeiras e no mar azul sua história singular. Mas há detalhes da capital baiana que não aparecem nas fotos turísticas. E é aí que entra o olhar cirúrgico do Censo Demográfico 2022, do IBGE.

Para celebrar o aniversário de Salvador, trago cinco curiosidades surpreendentes sobre os bairros soteropolitanos – dados que revelam muito sobre quem vive por aqui, como vive, e onde.

Prepare-se para ver Salvador por um ângulo novo. Vamos dar um close nela!


1. Dois de Julho, Barra e Rio Vermelho: a diversidade mora aqui

Salvador é plural – e isso se reflete na formação dos lares. Em 2022, 6.751 casais do mesmo sexo foram identificados na capital, representando 0,70% dos arranjos domiciliares. Mas há bairros onde esse índice é três vezes maior.

  • Dois de Julho: 2,1% dos domicílios com casais do mesmo sexo.
  • Barra: 148 casais, ou 2% do total.
  • Rio Vermelho: 152 casais, ou 1,9%.

Esses bairros concentram a maior visibilidade da diversidade familiar de Salvador – um reflexo de seus espaços culturais, sociais e abertos à convivência plural.


2. Mulheres no comando: Salvador tem bairros onde elas lideram mais de 60% dos lares

Salvador já é a terceira capital com maior proporção de domicílios chefiados por mulheres (55,8%), mas em alguns bairros, elas são a ampla maioria.

  • Ilha dos Frades / Ilha de Santo Antônio: 69,3% dos lares têm mulheres como responsáveis.
  • Nova Esperança: 63,4%.
  • São João do Cabrito: 61,4%.

Esses números revelam uma Salvador onde as mulheres são protagonistas da vida doméstica, econômica e social, mesmo com todos os desafios.


3. Mais alto que o elevador Lacerda: onde a verticalização domina

Mesmo sendo uma cidade majoritariamente de casas (71,8%), há bairros onde os apartamentos tomaram conta.

  • Graça e Chame-Chame: 97,2% dos domicílios são apartamentos.
  • Pituba: 95,2%.

São bairros marcados pela verticalização, com paisagens urbanas que contam uma história de crescimento, valorização imobiliária e novos estilos de moradia.


4. Morar só: o fenômeno da solidão urbana

Quase um quarto dos soteropolitanos mora sozinho. Em bairros centrais, esse número é ainda mais alto.

  • Dois de Julho: 45,2% dos lares têm apenas um morador.
  • Centro: 39,6%.
  • Barra: 39,3%.

É um retrato de uma vida urbana mais individualizada, que pode falar tanto de liberdade quanto de isolamento.


5. Onde a vida termina: os bairros com maior índice de mortes informadas

Entre 2019 e julho de 2022, 46.650 mortes foram informadas ao Censo em Salvador. Mas algumas regiões registraram índices muito acima da média.

  • Centro Histórico: 31,9 mortes por mil pessoas.
  • Tororó: 31,1.
  • Retiro e Santo Antônio: 30,5 cada um.

Os dados apontam para vulnerabilidades sociais e de saúde que ainda precisam ser enfrentadas, mesmo nos bairros mais simbólicos da capital.


Salvador além dos cartões-postais

Esses dados mostram que Salvador é muito mais do que festa, axé e orla deslumbrante. É uma cidade de contrastes, histórias e identidades diversas. Ao completar 476 anos, ela merece ser celebrada com profundidade – e com o olhar atento que só números bem analisados podem oferecer.

Vamos olhar para Salvador com mais cuidado, mais escuta e mais ação. Porque dar um close nela é também entender quem somos.

Dois de Julho: Conhecido por sua atmosfera vibrante e inclusiva, o bairro é um símbolo da diversidade soteropolitana.

Fonte: IBGE

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Salvador, 476 anos: Cinco curiosidades reveladoras sobre os bairros da capital baiana que só o IBGE te conta

Por Marcelo oXarope
28/03/2025 - 18h54 - Atualizado 31 de março de 2025

Publicado em -

bairro-da-barra-salvador

No próximo sábado, 29 de março, Salvador completa 476 anos. Primeira capital do Brasil, a cidade carrega nas ladeiras e no mar azul sua história singular. Mas há detalhes da capital baiana que não aparecem nas fotos turísticas. E é aí que entra o olhar cirúrgico do Censo Demográfico 2022, do IBGE.

Para celebrar o aniversário de Salvador, trago cinco curiosidades surpreendentes sobre os bairros soteropolitanos – dados que revelam muito sobre quem vive por aqui, como vive, e onde.

Prepare-se para ver Salvador por um ângulo novo. Vamos dar um close nela!


1. Dois de Julho, Barra e Rio Vermelho: a diversidade mora aqui

Salvador é plural – e isso se reflete na formação dos lares. Em 2022, 6.751 casais do mesmo sexo foram identificados na capital, representando 0,70% dos arranjos domiciliares. Mas há bairros onde esse índice é três vezes maior.

  • Dois de Julho: 2,1% dos domicílios com casais do mesmo sexo.
  • Barra: 148 casais, ou 2% do total.
  • Rio Vermelho: 152 casais, ou 1,9%.

Esses bairros concentram a maior visibilidade da diversidade familiar de Salvador – um reflexo de seus espaços culturais, sociais e abertos à convivência plural.


2. Mulheres no comando: Salvador tem bairros onde elas lideram mais de 60% dos lares

Salvador já é a terceira capital com maior proporção de domicílios chefiados por mulheres (55,8%), mas em alguns bairros, elas são a ampla maioria.

  • Ilha dos Frades / Ilha de Santo Antônio: 69,3% dos lares têm mulheres como responsáveis.
  • Nova Esperança: 63,4%.
  • São João do Cabrito: 61,4%.

Esses números revelam uma Salvador onde as mulheres são protagonistas da vida doméstica, econômica e social, mesmo com todos os desafios.


3. Mais alto que o elevador Lacerda: onde a verticalização domina

Mesmo sendo uma cidade majoritariamente de casas (71,8%), há bairros onde os apartamentos tomaram conta.

  • Graça e Chame-Chame: 97,2% dos domicílios são apartamentos.
  • Pituba: 95,2%.

São bairros marcados pela verticalização, com paisagens urbanas que contam uma história de crescimento, valorização imobiliária e novos estilos de moradia.


4. Morar só: o fenômeno da solidão urbana

Quase um quarto dos soteropolitanos mora sozinho. Em bairros centrais, esse número é ainda mais alto.

  • Dois de Julho: 45,2% dos lares têm apenas um morador.
  • Centro: 39,6%.
  • Barra: 39,3%.

É um retrato de uma vida urbana mais individualizada, que pode falar tanto de liberdade quanto de isolamento.


5. Onde a vida termina: os bairros com maior índice de mortes informadas

Entre 2019 e julho de 2022, 46.650 mortes foram informadas ao Censo em Salvador. Mas algumas regiões registraram índices muito acima da média.

  • Centro Histórico: 31,9 mortes por mil pessoas.
  • Tororó: 31,1.
  • Retiro e Santo Antônio: 30,5 cada um.

Os dados apontam para vulnerabilidades sociais e de saúde que ainda precisam ser enfrentadas, mesmo nos bairros mais simbólicos da capital.


Salvador além dos cartões-postais

Esses dados mostram que Salvador é muito mais do que festa, axé e orla deslumbrante. É uma cidade de contrastes, histórias e identidades diversas. Ao completar 476 anos, ela merece ser celebrada com profundidade – e com o olhar atento que só números bem analisados podem oferecer.

Vamos olhar para Salvador com mais cuidado, mais escuta e mais ação. Porque dar um close nela é também entender quem somos.

Dois de Julho: Conhecido por sua atmosfera vibrante e inclusiva, o bairro é um símbolo da diversidade soteropolitana.

Fonte: IBGE

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