Rodovias brasileiras: um problema que custa caro ao país

Por Marcelo oXarope
19/01/2024

Publicado em

oXarope1190124noticia3

Estudo da Confederação do Transporte apontou que 66% das vias são classificadas como ruins ou péssimas

Rodovias em péssimo estado de conservação geram grandes prejuízos financeiros ao Brasil. A informação não é novidade, mas agora esses gastos indesejáveis foram contabilizados pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), que avaliou 100% das vias federais e estaduais em 2023.

O estudo apontou que apenas 34% das vias foram classificadas como ótimas ou boas, enquanto 66% foram consideradas regulares, ruins ou péssimas. Além disso, o número de pontos críticos aumentou em 5,2%, passando de 2.518 em 2022 para 2.648 em 2023.

De acordo com a pesquisa, o melhor estado em relação à qualidade das rodovias federais foi o Rio Grande do Sul, com 91,5% de sua extensão classificada como ótima ou boa. O pior estado foi o Amapá, com apenas 2,6% de sua extensão classificada como ótima ou boa. O estado de Goiás encontra-se com 51,9% de sua extensão classificada como ótima ou boa. A média nacional foi de 32,5%.

Miguel Angelo Pricinote, mestre em transportes e fundador do Mova-se Fórum Nacional de Mobilidade explica que entre os problemas estão quedas de barreiras, muitos buracos, falta de acostamento e pontes caídas. “A situação é antiga, porque o Brasil nunca investiu os recursos adequados nas rodovias. Como aqui no País não se investe em ferrovias para o transporte interestadual, o Brasil precisa pagar uma conta muito elevada para receber produtos, até os mais essenciais. Para se ter uma ideia, o transporte rodoviário é responsável por cerca de 60% da movimentação de cargas e passageiros”, afirma Pricinote. 

As rodovias de má qualidade aumentam em 33% os custos operacionais, gerando impactos negativos para toda a sociedade. Entre os prejuízos, estão a demora em entregar as matérias-primas e os produtos, o aumento do preço final do produto, o gasto com manutenção dos caminhões, o consumo excessivo de combustível e as emissões de CO2.

Segundo a pesquisa da CNT, a má conservação das rodovias gerou um consumo desnecessário de mais de R$ 1,7 bilhão de litros de óleo diesel, emitindo toneladas de gás carbônico na atmosfera e impondo um gasto adicional de R$ 4,89 bilhões aos motoristas e empresas. Além disso, só em 2022 foram registrados 64.515 acidentes nas rodovias federais, o que custou ao país R$ 12,74 bilhões em custos previdenciários, atendimento à saúde, perda de produção e danos materiais.

A pesquisa da CNT estima que o custo total para eliminar os pontos críticos é de R$ 5,6 bilhões, sendo R$ 3,1 bilhões para as rodovias públicas e R$ 2,5 bilhões para as rodovias concedidas. Esses valores são muito inferiores aos prejuízos causados pela má qualidade das rodovias, e representam um investimento necessário para melhorar a segurança e a fluidez do tráfego.

Já as rodovias concedidas à iniciativa privada têm uma qualidade superior às rodovias públicas em todos os aspectos avaliados pelo estudo da CNT, e receberam mais investimentos por quilômetro do que as rodovias federais.

Ainda, segundo a pesquisa, 81,9% das rodovias concedidas foram classificadas como ótimas ou boas no estado geral, enquanto apenas 34,2% das rodovias públicas federais receberam essa avaliação. No pavimento, a diferença foi de 79,1% para as rodovias privadas e 42,2% para as públicas. Na sinalização, os números foram de 91,1% e 47,3%, respectivamente. Na geometria da via, a vantagem das rodovias concedidas foi de 41,2% contra 20,4% das rodovias federais.

Em relação aos investimentos, as rodovias concedidas receberam, em média, R$ 381,04 mil por quilômetro, enquanto as rodovias federais receberam R$ 162,92 mil por quilômetro, no período de 2017 a 2023. Em 2022, o investimento privado por quilômetro foi de cerca de R$ 411 mil, contra R$ 115 mil do investimento público federal.

1678540344banner-970x90-bello.png

Mais recentes

Bahia lidera ranking nacional de investimentos com mais de R$ 4 bilhões aplicados em 2025

Investimentos recordes colocam Bahia na liderança nacional em 2025 Entre janeiro e agosto de 2025, o Governo…

Com apoio da Prefeitura, evento celebra 10 anos do Movimento Hip Hop neste sábado, na Praça do Pequi*

A Prefeitura de Eunápolis, por meio da Secretaria de Esportes, Juventude, Cultura e Lazer, em parceria com…

Veracel abre vagas para o Programa Jovem Aprendiz 2026

A Veracel Celulose, indústria localizada no Extremo Sul da Bahia, acaba de abrir as inscrições para a…

Prefeitura de Eunápolis destaca avanços da UVZ em 2025

Em 2025, Eunápolis tem motivos de sobra para se orgulhar dos avanços no cuidado com os animais…

Bahia registra menor taxa de desemprego em 13 anos mesmo com desafios

No terceiro trimestre de 2025, a Bahia alcançou a menor taxa de desocupação desde 2012, início da…

Rodovias brasileiras: um problema que custa caro ao país

Por Marcelo oXarope
19/01/2024 - 01h09 - Atualizado 19 de janeiro de 2024

Publicado em

oXarope1190124noticia3

Estudo da Confederação do Transporte apontou que 66% das vias são classificadas como ruins ou péssimas

Rodovias em péssimo estado de conservação geram grandes prejuízos financeiros ao Brasil. A informação não é novidade, mas agora esses gastos indesejáveis foram contabilizados pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), que avaliou 100% das vias federais e estaduais em 2023.

O estudo apontou que apenas 34% das vias foram classificadas como ótimas ou boas, enquanto 66% foram consideradas regulares, ruins ou péssimas. Além disso, o número de pontos críticos aumentou em 5,2%, passando de 2.518 em 2022 para 2.648 em 2023.

De acordo com a pesquisa, o melhor estado em relação à qualidade das rodovias federais foi o Rio Grande do Sul, com 91,5% de sua extensão classificada como ótima ou boa. O pior estado foi o Amapá, com apenas 2,6% de sua extensão classificada como ótima ou boa. O estado de Goiás encontra-se com 51,9% de sua extensão classificada como ótima ou boa. A média nacional foi de 32,5%.

Miguel Angelo Pricinote, mestre em transportes e fundador do Mova-se Fórum Nacional de Mobilidade explica que entre os problemas estão quedas de barreiras, muitos buracos, falta de acostamento e pontes caídas. “A situação é antiga, porque o Brasil nunca investiu os recursos adequados nas rodovias. Como aqui no País não se investe em ferrovias para o transporte interestadual, o Brasil precisa pagar uma conta muito elevada para receber produtos, até os mais essenciais. Para se ter uma ideia, o transporte rodoviário é responsável por cerca de 60% da movimentação de cargas e passageiros”, afirma Pricinote. 

As rodovias de má qualidade aumentam em 33% os custos operacionais, gerando impactos negativos para toda a sociedade. Entre os prejuízos, estão a demora em entregar as matérias-primas e os produtos, o aumento do preço final do produto, o gasto com manutenção dos caminhões, o consumo excessivo de combustível e as emissões de CO2.

Segundo a pesquisa da CNT, a má conservação das rodovias gerou um consumo desnecessário de mais de R$ 1,7 bilhão de litros de óleo diesel, emitindo toneladas de gás carbônico na atmosfera e impondo um gasto adicional de R$ 4,89 bilhões aos motoristas e empresas. Além disso, só em 2022 foram registrados 64.515 acidentes nas rodovias federais, o que custou ao país R$ 12,74 bilhões em custos previdenciários, atendimento à saúde, perda de produção e danos materiais.

A pesquisa da CNT estima que o custo total para eliminar os pontos críticos é de R$ 5,6 bilhões, sendo R$ 3,1 bilhões para as rodovias públicas e R$ 2,5 bilhões para as rodovias concedidas. Esses valores são muito inferiores aos prejuízos causados pela má qualidade das rodovias, e representam um investimento necessário para melhorar a segurança e a fluidez do tráfego.

Já as rodovias concedidas à iniciativa privada têm uma qualidade superior às rodovias públicas em todos os aspectos avaliados pelo estudo da CNT, e receberam mais investimentos por quilômetro do que as rodovias federais.

Ainda, segundo a pesquisa, 81,9% das rodovias concedidas foram classificadas como ótimas ou boas no estado geral, enquanto apenas 34,2% das rodovias públicas federais receberam essa avaliação. No pavimento, a diferença foi de 79,1% para as rodovias privadas e 42,2% para as públicas. Na sinalização, os números foram de 91,1% e 47,3%, respectivamente. Na geometria da via, a vantagem das rodovias concedidas foi de 41,2% contra 20,4% das rodovias federais.

Em relação aos investimentos, as rodovias concedidas receberam, em média, R$ 381,04 mil por quilômetro, enquanto as rodovias federais receberam R$ 162,92 mil por quilômetro, no período de 2017 a 2023. Em 2022, o investimento privado por quilômetro foi de cerca de R$ 411 mil, contra R$ 115 mil do investimento público federal.

1

Mais recentes

Bahia lidera ranking nacional de investimentos com mais de R$ 4 bilhões aplicados em 2025

Investimentos recordes colocam Bahia na liderança nacional em 2025 Entre janeiro e agosto de 2025, o Governo da Bahia investiu 4,12 bilhões de reais nas…

Com apoio da Prefeitura, evento celebra 10 anos do Movimento Hip Hop neste sábado, na Praça do Pequi*

A Prefeitura de Eunápolis, por meio da Secretaria de Esportes, Juventude, Cultura e Lazer, em parceria com o movimento Nação Hip-Hop Brasil – Eunápolis, promove…

Veracel abre vagas para o Programa Jovem Aprendiz 2026

A Veracel Celulose, indústria localizada no Extremo Sul da Bahia, acaba de abrir as inscrições para a edição 2026 de seu Programa Jovem Aprendiz. Serão…

Prefeitura de Eunápolis destaca avanços da UVZ em 2025

Em 2025, Eunápolis tem motivos de sobra para se orgulhar dos avanços no cuidado com os animais e na saúde pública. A Unidade de Vigilância…

Bahia registra menor taxa de desemprego em 13 anos mesmo com desafios

No terceiro trimestre de 2025, a Bahia alcançou a menor taxa de desocupação desde 2012, início da série histórica da PNADC do IBGE. O índice…

IEL Bahia oferece 628 vagas de estágio com bolsas de até R$ 5 mil em todo o estado

O Instituto Euvaldo Lodi da Bahia está com 628 vagas de estágio abertas em diferentes cidades e áreas de formação. As bolsas variam de R$…

Concurso em Jequié oferece 715 vagas com salários de até R$ 5.111

A Prefeitura e a Câmara Municipal de Jequié, no Sudoeste baiano, abriram inscrições para concursos públicos que juntos oferecem 715 oportunidades. As vagas são distribuídas…

Prefeitura de Eunápolis mantém intensificada ações de iluminação pública e chega ao Bairro Delta Park

O Bairro Delta Park já está mais iluminado. A Prefeitura de Eunápolis, por meio da Secretaria Municipal de Serviços Públicos, realizou serviços de manutenção na…

Porto Seguro participa de noite de negócios em Goiânia

O destino Porto Seguro marcou presença em Goiânia (GO) nesta quarta-feira (12), durante a “Noite de Negócios & Destinos – Porto Seguro em Destaque”, realizada…

Educação antirracista faz parte da temática do Novembro Negro 2025

Durante os dias 17, 18 e 19 de novembro ocorrerá a culminância da celebração do Novembro Negro 2025 no Instituto Federal da Bahia- campus Eunápolis. Neste ano, o evento…

Porto Seguro realiza 1º Curso de Formação sobre Alimentação Complementar Saudável

A Prefeitura de Porto Seguro, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, promoveu nos dias 10 e 11, o 1º Curso de Formação sobre Alimentação…

Veracel Celulose abre inscrições para curso gratuito em parceria com o SENAI

A Veracel Celulose acaba de abrir as inscrições para mais uma edição do curso gratuito de Operador(a) de Máquinas Florestais em parceria com o SENAI…

Secretaria da Casa Civil esclarece demolição de casa em área da nova ponte de Porto Seguro

O secretário da Casa Civil de Porto Seguro, Josemar Siquara, esclareceu em entrevista ao programa Livre, de Ubaldino Júnior, o episódio da demolição de uma…

Reunião define planejamento do futebol profissional para a temporada 2026 em Porto Seguro

A Prefeitura de Porto Seguro, por meio da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, realizou nesta terça-feira, 11, uma reunião com autoridades locais e representantes…

Deputada Cláudia Oliveira viabiliza criação da Câmara Setorial do Dendê na Bahia

A Bahia celebrou um avanço histórico para sua economia e cultura com a instalação da Câmara Setorial do Dendê, que reúne produtores, instituições de pesquisa,…

Rolar para cima