
O Governo Federal iniciou nesta semana um movimento inédito para proteger aposentados e pensionistas de fraudes em seus benefícios. A partir do dia 14 de maio, beneficiários que tiveram descontos suspeitos identificados em seus contracheques serão notificados oficialmente pelo aplicativo Meu INSS e pela Central de Atendimento 135.
O objetivo da ação é duplo: informar com transparência e garantir a segurança financeira dos segurados. Os que não sofreram qualquer desconto também receberão um aviso, uma forma de reforçar a confiança e barrar a atuação de golpistas.
O que muda na prática?
Ao receberem a notificação, os aposentados poderão conferir:
Qual associação realizou o desconto
O valor deduzido
O período em que o desconto ocorreu
Com essas informações em mãos, o segurado poderá confirmar ou negar o vínculo com apenas um clique.
Se não reconhecer o desconto, o sistema automaticamente notificará a associação, que terá 15 dias úteis para apresentar documentos que comprovem a filiação e a autorização da cobrança. Caso contrário, os valores deverão ser devolvidos, diretamente na conta do benefício, via folha suplementar.
Golpes e fraudes: uma resposta firme do governo
Entre 2019 e 2024, estima-se que associações tenham cobrado R$ 6,3 bilhões de forma indevida. Em resposta, o governo bloqueou bens e contas de 12 entidades, somando mais de R$ 2 bilhões, e impôs restrições legais aos seus dirigentes, como o bloqueio de passaportes.
A ação é coordenada entre o INSS, a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal, que seguem investigando responsabilidades. Também foram abertos processos com base na Lei Anticorrupção para penalizar as entidades envolvidas e eventuais servidores cúmplices.
Um novo caminho: direto, digital e sem intermediários
O presidente do INSS, Gilberto Waller, foi enfático: “Não autorizem ninguém a falar em seu nome. O contato é direto, pelo Meu INSS ou pelo 135. Evite intermediários e proteja seus dados”.
A proposta traz um modelo mais simples e transparente, eliminando a burocracia que antes dificultava a defesa dos segurados. O ônus da prova agora é das associações — não dos aposentados.
Um recado direto: “vamos até o fim”
O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, reafirmou o compromisso do governo: “Nenhum aposentado será prejudicado. Vamos até as últimas consequências para responsabilizar os culpados e proteger quem mais precisa”.
Essa postura sinaliza uma mudança significativa: o cidadão não está mais sozinho diante dos abusos. Há uma estrutura pública empenhada em garantir justiça e ressarcimento.