Centro cirúrgico em Salvador recebe nome da primeira médica negra do Brasil

Maria Odília Teixeira, baiana pioneira da medicina, será homenageada pela Alclin Hospital de Olhos, reforçando seu legado de superação e excelência

Por Redação Oxarope
04/08/2025

Publicado em

040525 capaDra. Maria Odília Teixeira Lavigne (Foto Acervo pessoal) (3)

No próximo dia 8 de agosto, Salvador celebrará uma trajetória histórica que ultrapassa as barreiras do tempo e do preconceito. O centro cirúrgico da Alclin Hospital de Olhos, no bairro do Itaigara, será batizado com o nome de Maria Odília Teixeira, a primeira médica negra do Brasil e a primeira professora da Faculdade de Medicina da Bahia. Um gesto simbólico que une o passado pioneiro à modernidade tecnológica da oftalmologia.

Uma mulher à frente do seu tempo

Natural de São Félix, no Recôncavo Baiano, Maria Odília formou-se em medicina em 1909, enfrentando um cenário em que a presença feminina, e especialmente negra, era quase inexistente nas universidades. Sua tese sobre cirrose hepática rompeu o padrão das poucas médicas formadas na época, que se limitavam às áreas de ginecologia e pediatria. Cinco anos depois, tornou-se também a primeira professora da instituição onde se formou.

Filha de um médico e de uma mulher negra, Maria Odília trilhou um caminho de luta e estudo. Aos 13 anos, deixou sua cidade natal rumo à capital baiana. Fluente em cinco línguas, destacou-se por seu brilhantismo acadêmico e dedicação ao conhecimento.

Reconhecimento e legado

Mais de um século depois, seu nome será eternizado em um dos mais respeitados centros de saúde da capital. O Alclin Hospital de Olhos, referência há mais de 35 anos em exames e cirurgias oftalmológicas, realiza a homenagem como forma de valorizar a trajetória que abriu caminhos para outras gerações.

A cerimônia, marcada para as 19h do dia 8, também prestará homenagens a membros da família Lavigne, como Dr. José Leo Lavigne e Dr. Marzio Azaro, pai e amigo do diretor da clínica, Dr. André Luis Lavigne, neto de Maria Odília.

“O nome da minha avó representa superação, coragem e pioneirismo. Queremos que sua história inspire todos que passam por este espaço, reforçando a importância de uma medicina mais humana, inclusiva e comprometida com a excelência”, destacou o médico.

História viva

Em 2019, a trajetória de Maria Odília foi tema de uma dissertação na Universidade Federal da Bahia. Sua influência permanece viva também entre descendentes, muitos dos quais seguiram carreira na medicina. A homenagem da Alclin simboliza mais do que um gesto institucional: é uma reafirmação da luta por equidade e reconhecimento na área da saúde.

Informações Helder Azevedo

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Por Redação Oxarope
04/08/2025 - 18h17 - Atualizado 4 de agosto de 2025

Publicado em

040525 capaDra. Maria Odília Teixeira Lavigne (Foto Acervo pessoal) (3)

No próximo dia 8 de agosto, Salvador celebrará uma trajetória histórica que ultrapassa as barreiras do tempo e do preconceito. O centro cirúrgico da Alclin Hospital de Olhos, no bairro do Itaigara, será batizado com o nome de Maria Odília Teixeira, a primeira médica negra do Brasil e a primeira professora da Faculdade de Medicina da Bahia. Um gesto simbólico que une o passado pioneiro à modernidade tecnológica da oftalmologia.

Uma mulher à frente do seu tempo

Natural de São Félix, no Recôncavo Baiano, Maria Odília formou-se em medicina em 1909, enfrentando um cenário em que a presença feminina, e especialmente negra, era quase inexistente nas universidades. Sua tese sobre cirrose hepática rompeu o padrão das poucas médicas formadas na época, que se limitavam às áreas de ginecologia e pediatria. Cinco anos depois, tornou-se também a primeira professora da instituição onde se formou.

Filha de um médico e de uma mulher negra, Maria Odília trilhou um caminho de luta e estudo. Aos 13 anos, deixou sua cidade natal rumo à capital baiana. Fluente em cinco línguas, destacou-se por seu brilhantismo acadêmico e dedicação ao conhecimento.

Reconhecimento e legado

Mais de um século depois, seu nome será eternizado em um dos mais respeitados centros de saúde da capital. O Alclin Hospital de Olhos, referência há mais de 35 anos em exames e cirurgias oftalmológicas, realiza a homenagem como forma de valorizar a trajetória que abriu caminhos para outras gerações.

A cerimônia, marcada para as 19h do dia 8, também prestará homenagens a membros da família Lavigne, como Dr. José Leo Lavigne e Dr. Marzio Azaro, pai e amigo do diretor da clínica, Dr. André Luis Lavigne, neto de Maria Odília.

“O nome da minha avó representa superação, coragem e pioneirismo. Queremos que sua história inspire todos que passam por este espaço, reforçando a importância de uma medicina mais humana, inclusiva e comprometida com a excelência”, destacou o médico.

História viva

Em 2019, a trajetória de Maria Odília foi tema de uma dissertação na Universidade Federal da Bahia. Sua influência permanece viva também entre descendentes, muitos dos quais seguiram carreira na medicina. A homenagem da Alclin simboliza mais do que um gesto institucional: é uma reafirmação da luta por equidade e reconhecimento na área da saúde.

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