Nos dias 29 e 30 de agosto, o SESI Retiro, em Salvador, será palco da etapa baiana da Olimpíada Brasileira de Robótica. Mais de 600 estudantes de escolas públicas, privadas e equipes independentes disputam vagas na final nacional, marcada para outubro no Espírito Santo.
A Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) chega à sua 10ª edição na Bahia consolidada como um dos maiores eventos científicos do estado. Em 2015, eram apenas 86 equipes inscritas; em 2025, o número saltou para 176 equipes e mais de 600 estudantes. A competição, gratuita e aberta ao público, coloca em prática conceitos de ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática (STEAM), com desafios que simulam situações reais.
As provas são divididas em duas categorias: Robótica de Resgate, onde robôs precisam superar obstáculos e localizar vítimas, e Robótica Artística, que valoriza a criatividade e interação entre máquinas e humanos. Os vencedores garantem vaga na Etapa Nacional, que acontece de 13 a 19 de outubro, no Espírito Santo.
Para mim, o ponto mais interessante é ver como a robótica deixa de ser algo distante e se torna acessível a qualquer jovem. Muitos chegam com kits simples de Lego ou até sucata e acabam provando que inovação não depende de luxo, mas de imaginação.
“Na Categoria Resgate, os estudantes não sabem previamente o trajeto. É como numa situação real: não se sabe o que vai encontrar. Isso exige preparo, sensores bem calibrados e tomada de decisão rápida”, explica Fernando Moutinho, gerente de Educação Científica e Tecnológica do SESI Bahia.
Ele reforça também o impacto comunitário do evento:
“Não é só competição. A gente quer que famílias participem, que tragam primos, sobrinhos, vizinhos. Muitos jovens que nunca imaginaram ter acesso à robótica se encantam ao ver colegas competindo. Isso abre portas para carreiras futuras.”
Enquanto muita gente ainda vê a robótica como algo de elite, a OBR mostra justamente o contrário: qualquer estudante pode se descobrir nesse universo. Por trás das engrenagens e sensores, o que está em jogo é futuro, autoestima e oportunidade. Para muitos desses jovens, o primeiro robô pode ser também o primeiro passo para mudar o rumo da vida escolar e profissional.
A etapa baiana da OBR reafirma que ciência e tecnologia podem e devem ser acessíveis. Ao aproximar estudantes, professores e famílias, o evento mostra que a inovação nasce do coletivo e que o futuro pode ser construído, peça por peça, desde cedo.