No Dia Nacional de Combate ao Câncer, a Bahia recebeu o maior pacote de investimentos do programa Agora Tem Especialistas. São mais de R$ 422 milhões anunciados pelo Ministério da Saúde para ampliar o atendimento no SUS e fortalecer a produção nacional de medicamentos.

O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 28 de novembro, pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante visita a unidades de saúde em Salvador, Lauro de Freitas e Vitória da Conquista. Segundo ele, a Bahia lidera a transformação do cuidado oncológico no país, com foco no diagnóstico precoce, acesso ao tratamento e expansão da rede pública.
Do total de R$ 422 milhões, cerca de R$ 352,2 milhões vão para o incremento do Teto MAC, que financia serviços de média e alta complexidade. A verba será aplicada em 26 Policlínicas Regionais de Saúde e seis unidades hospitalares, incluindo a Unacon de Caetité e cinco hospitais localizados em Salvador, Senhor do Bonfim, Alagoinhas e Camaçari.
Com esses investimentos, o governo pretende melhorar o acesso a exames, cirurgias e radioterapia para pacientes do interior e da capital. Foi inaugurado, em Vitória da Conquista, um novo serviço de radioterapia que promete acelerar o início do tratamento contra o câncer.
Além da ampliação da assistência, a Bahia passa a desempenhar papel estratégico na produção de medicamentos essenciais para o SUS. O laboratório público Bahiafarma vai receber R$ 25 milhões para modernizar sua estrutura e fabricar remédios para câncer, doenças raras e oftalmologia, garantindo autonomia e segurança sanitária ao país.
“Eu escolhi estar na Bahia neste dia porque é aqui que vemos a maior transformação no cuidado com o câncer acontecendo. Queremos garantir que o paciente do SUS tenha acesso rápido ao diagnóstico e tratamento adequado”, disse o ministro Padilha durante a inauguração do Hospital Estadual Costa dos Coqueiros, em Lauro de Freitas.
Na mesma ocasião, ele declarou que o governo federal trabalha para erradicar o câncer de colo do útero no Brasil. Segundo Padilha, isso será possível com a interiorização dos serviços e a presença de médicos especialistas, equipamentos modernos e tratamentos ofertados o mais próximo possível da população.
Outro destaque foi a inauguração do novo prédio de oncologia do Hospital Aristides Maltez, em Salvador, que vai ampliar em mais de 30% a capacidade de atendimento oncológico, com um repasse permanente de R$ 24 milhões anuais.
É simbólico que esse anúncio tenha sido feito no Dia Nacional de Combate ao Câncer. Porque, mais do que números, estamos falando de vidas. De mães, pais, filhos e filhas que esperam por exames, quimioterapia ou um leito de internação.
Para mim, o que chama atenção é a decisão de unir expansão da assistência com soberania produtiva. O país se move, ao mesmo tempo, para atender melhor sua população e se proteger de crises globais que afetam o acesso a medicamentos.
Enquanto boa parte do Brasil ainda enfrenta filas e incertezas no SUS, a Bahia se consolida como referência. E isso só será real, de fato, quando o paciente do interior não precisar mais viajar centenas de quilômetros para ter o direito básico à saúde garantido.
O pacote de mais de R$ 422 milhões é um marco importante para a saúde pública na Bahia. Mais que reforçar o atendimento especializado, os recursos fortalecem a capacidade do país de produzir medicamentos e enfrentar doenças com mais autonomia. Agora, o desafio é garantir que esses avanços cheguem com qualidade e agilidade a quem mais precisa.


















