“A gente vai plantando e colhendo, porque é daqui que a gente tira o nosso sustento e o daqueles que nos ajudam no trabalho do dia a dia”, disse com orgulho a agricultora Elistênia de Jesus Silva, conhecida como Fia. Ela é um dos 74 agricultores que, desde 2009, fazem parte do projeto de agricultura familiar Maravilha 2, no município de Santa Cruz Cabrália.

Criado há 15 anos, o projeto ainda tem muito a conquistar, mas já comemora a produção anual de 500 sacas de café pilado e a produção mensal de cerca de nove mil litros de leite.

Para chegar a esse ponto, a associação tem buscado apoio de empresas privadas e do poder público, dentre eles, o grupo contou, por dez anos, com o apoio técnico da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ, da Universidade de São Paulo – USP, por meio da Veracel Celulose. “Agradeço a ESALQ pois, foi por meio deles, que muitos frutos chegaram aqui”, lembra o agricultor Edson dos Santos Calixto.
O presidente da associação do Maravilha 2, Nilson Ferraz Almeida– conhecido como Galego, diz que o projeto conta com dois resfriadores de leite e um secador de café, conseguidos também com o apoio da Veracel. “Cada produtor seca seu café separadamente, depois juntamos tudo e vendemos para uma cooperativa em Itabela”, explicou Galego.
PRODUÇÃO DIVERSIFICADA – O projeto tem também uma produção agrícola diversificada, com mandioca, feijão de corda, coentro, melancia, dentre outros produtos. “Tem que produzir de tudo um pouco”, diz com sabedoria o agricultor Etevaldo Barbosa Ferreira.
O ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Cruz Cabrália, vereador Horácio Rocha de Novais Filho, complementa que além de diversificar a fruticultura (Quintal Produtivo), o apoio da ESALQ foi importante na organização dos grupos de produção e na ajuda técnica a cada um destes grupos. “Esse apoio desenvolveu muito a situação deles”, ressalta Novais.
AINDA HÁ O QUE CONQUISTAR – Apesar das conquistas, o grupo de agricultores destaca que ainda há desafios a vencer, como por exemplo, as condições de escoamento da produção. “Precisamos que haja melhora nas estradas e que a gente tenha um carro próprio da associação para fazer esse transporte”, destaca o agricultor Jonas da Silva Ferreira.
A associação busca ainda a regularização da cooperativa. “Temos uma cooperativa recém-criada em busca de facilitar o escoamento da produção deles e buscando o apoio do poder público municipal, principalmente em relação a estrada, saúde e educação”, explica Novais.
Ele esclarece ainda que com a documentação regularizada os agricultores terão acesso a crédito e poderão contar com o apoio do Governo do Estado.

UM CASE DE SUCESSO – “O projeto Maravilha 2 é um dos grandes cases de sucesso da Veracel”, ressalta o gerente de Responsabilidade Social e Comunicação da empresa, Alexandre Campbell. De acordo com ele, a empresa apoio o Maravilha 2 com assistência técnica e com o apoio em infraestrutura. “Temos observado, nestes dez anos, que a comunidade vem se desenvolvendo e vem gerando renda e, principalmente, vem garantindo a subsistência de todas as pessoas que moram lá”, enfatiza.
Campbell explica que o apoio com a ESAQL foi concluído em 2023, mas que a Veracel tem o compromisso permanente de apoiar as comunidades. Segundo ele, a empresa lançou uma plataforma de agricultura familiar e está mapeando todas as comunidades da região para identificar a oportunidade de apoio tanto para a produção, quanto a comercialização, “que é um dos gargalos da maioria das associações”. “Nosso objetivo é que eles se desenvolvam e se tornem não só agricultores, mas também empreendedores”.
Campbell destaca que a Veracel tem um trabalho muito forte em relação a agricultura familiar, sendo o apoio com assistência técnica o primeiro passo para que as associações e as comunidades possam se desenvolver e produzir. Além disso, a empresa oferece apoios relacionados a infraestrutura e outras melhorias.
O gerente de Responsabilidade Social e Comunicação da Veracel destaca ainda que o sucesso do projeto Maravilha 2 também é um case de sucesso ao mostrar que “é possível ter um diálogo com a comunidade, com as associações e ter uma convivência pacífica no território”.