
O Brasil ultrapassou 1,5 milhão de novos empregos com carteira assinada entre janeiro e agosto de 2025. O número, divulgado nesta segunda, dia 29, marca o maior estoque de vínculos formais da história: 48,69 milhões.
Segundo dados do Novo Caged, o país criou 1.501.930 vagas com carteira assinada nos oito primeiros meses do ano. O desempenho foi positivo nos cinco grandes setores da economia, com destaque para Serviços (773 mil vagas) e Indústria (273 mil). Desde o início do atual governo, em janeiro de 2023, o saldo acumulado é de 4,63 milhões de empregos.
O dado é ainda mais relevante diante de um cenário global de instabilidade econômica. Isso mostra a resiliência do mercado de trabalho brasileiro.
Mais que números, esses dados mostram um mercado que reage com força, especialmente nos setores de serviços essenciais como educação, saúde e logística. Só em agosto, foram 147.358 novos postos, com 81 mil no setor de serviços e 23 mil na educação.
Para mim, o que mais chama atenção é a força do emprego formal em regiões e setores historicamente menos dinâmicos. A construção civil e o comércio varejista voltaram a contratar com ritmo, o que indica uma retomada do consumo e da confiança no curto prazo.
Em São Paulo, líder absoluto na geração de empregos com 436 mil vagas no ano, o setor de serviços puxou a fila. Em termos relativos, Amapá, Mato Grosso e Piauí apresentaram os melhores desempenhos. Já em agosto, Pernambuco surpreendeu com saldo positivo de 12.692 vagas, reforçando o crescimento no Nordeste.
“O resultado mostra uma recuperação consistente e diversificada”, afirmou o ministro do Trabalho em nota oficial.
Além disso, o protagonismo feminino no mercado de trabalho foi notável. Das vagas em agosto, 77.560 foram preenchidas por mulheres. Também se destaca a geração de 820 empregos para pessoas com deficiência, o que sinaliza um leve avanço na inclusão.
Enquanto Brasília divulga saldos positivos, é no dia a dia das cidades que a mudança se sente. Cada vaga preenchida é um jovem com esperança, uma mãe que volta ao mercado, um trabalhador retomando sua dignidade.
O crescimento nos setores de educação, saúde e construção civil reflete prioridades sociais. Isso mostra, mesmo que de forma ainda tímida, a importância do emprego na sustentação das políticas públicas. Mais emprego formal significa mais arrecadação, menos informalidade e maior estabilidade econômica.
Mas é preciso cautela. O saldo positivo ainda convive com altos índices de rotatividade, salários baixos e desigualdades raciais. Mais de 111 mil das vagas foram preenchidas por pessoas pardas, mas os pretos ainda ocupam menos postos proporcionalmente.
A marca histórica de 1,5 milhão de empregos formais em 2025 é, sim, motivo de comemoração. No entanto, deve ser acompanhada de políticas que mantenham o ritmo, reduzam desigualdades e garantam qualidade de vida. No fim das contas, cada número representa uma história real.