A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,6% no trimestre encerrado em setembro, o menor índice para o período desde o início da série histórica, em 2012. A recuperação do mercado de trabalho é puxada pelo aumento da ocupação formal e da renda.
Os dados são da Pnad Contínua, divulgada pelo IBGE. O número representa queda em duas comparações. Caiu 0,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, que marcou 5,8%. Também teve redução de 0,8 ponto percentual frente ao mesmo trimestre de 2024, quando estava em 6,4%.
A população desocupada está em 6 milhões de pessoas. É o menor patamar já registrado na série. Em um ano, mais de 800 mil pessoas deixaram a condição de desemprego. A população ocupada, por outro lado, alcançou 102,4 milhões de trabalhadores, número também recorde.
Os dados reforçam um cenário de melhora sustentada no emprego formal e informal. Segundo o IBGE, o total de trabalhadores com carteira assinada chegou a 39,2 milhões, novo recorde. Isso representa uma alta de 2,7% no ano. A massa de rendimento dos trabalhadores também bateu recorde, com R$ 354,6 bilhões.
Para mim, o mais importante desse dado é o sinal de que a recuperação vai além da quantidade. Há também melhora na qualidade do trabalho, com mais formalização, aumento da renda média e queda no desalento.
A taxa de subutilização caiu para 13,9%. É a menor já registrada desde 2014. Houve recuo tanto na comparação trimestral quanto na anual. O número de trabalhadores subutilizados caiu para 15,8 milhões. Entre os desalentados, grupo que havia desistido de procurar trabalho, o recuo foi de 14,1%. São agora 2,6 milhões de pessoas, o menor número desde 2015.

A coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, avaliou que os níveis de ocupação em patamares elevados apontam sustentabilidade na melhora do mercado de trabalho ao longo de 2025.
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores teve alta de 4% em relação ao mesmo período do ano passado. A massa total de rendimentos subiu 5,5% no ano, com mais de R$ 18 bilhões a mais injetados na economia.
Os dados mostram um ciclo positivo no emprego. Mas é importante lembrar que o desemprego caiu porque mais pessoas estão conseguindo se inserir no mercado com carteira assinada, e não apenas por desistência. Isso é um bom sinal.
No entanto, a qualidade da ocupação ainda precisa de atenção. Há desigualdades por região, raça e gênero que não desaparecem com a média nacional. O crescimento precisa ser mais equilibrado para garantir que essa retomada chegue à base da pirâmide social.
O mercado de trabalho no Brasil dá sinais consistentes de recuperação. Desemprego em queda, mais carteira assinada e aumento da renda mostram que o país está colhendo os frutos de uma reativação econômica. O desafio agora é garantir que essa melhora seja ampla, duradoura e justa.


















