Em Salvador, IV Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial debate justiça e reparação histórica

Por Redação Oxarope
21/08/2025

Publicado em

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A IV Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial (IV Conepir) foi oficialmente aberta nesta quinta-feira (21), no Hotel Fiesta, em Salvador, reunindo cerca de 800 participantes de todas as regiões da Bahia. A abertura do evento contou com as presenças das secretárias de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Ângela Guimarães, e de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), Fabya Reis, além de outros representantes do governo estadual envolvidos na pauta. Com o tema “Igualdade e Democracia: Reparação e Justiça Racial”, o evento segue até sexta-feira (22), com uma programação de debates, atividades culturais e construção coletiva de propostas voltadas à equidade racial e à reparação histórica.

Promovida pela Sepromi, a conferência é resultado de um amplo processo participativo, que incluiu conferências municipais e territoriais nos 27 Territórios de Identidade da Bahia, além de etapas temáticas, estudantis e livres. A iniciativa conta com o apoio do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN), do Conselho Estadual para a Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais (CESPCT) e do Conselho Estadual dos Povos Indígenas da Bahia (Copiba).

Durante a cerimônia de abertura, a secretária da Sepromi, Ângela Guimarães, destacou o papel estratégico da conferência para a formulação de políticas públicas: “Foram quase 200 conferências preparatórias entre municipais, territoriais, temáticas livres, todos os segmentos, povos originários, quilombolas, juventude negra. Uma representatividade grande dos povos e comunidades tradicionais do Estado para fazer uma discussão profunda sobre todo o caminho que o estado da Bahia vem percorrendo nesses 18 anos de implementação de uma política estadual de promoção da igualdade racial e também atualizando esses desafios”, afirmou.

Representando o Governo Federal, o secretário de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, Cledisson Geraldo dos Santos, enfatizou a importância da articulação entre as diferentes esferas do poder público e os movimentos sociais. “Nos últimos meses, o Brasil todo se mobilizou para participar das etapas da Conferência de Promoção da Igualdade Racial e a ideia é que todos possamos nos encontrar em Brasília para debater essas políticas.  A Bahia mostra, mais uma vez, como essa mobilização pode resultar em avanços concretos”, destacou.

Diversidade

Na mesa principal, nomes como o antropólogo e professor titular aposentado da USP, Kabengele Munanga, referência nas pesquisas sobre racismo e população afro-brasileira, que  ressaltou: “a conferência é um momento de conscientização, de dar conta para a comunidade, para mostrar o que foi feito até agora, quais são os desafios que nós devemos enfrentar nessa luta de gerações contra uma realidade, e porque o racismo”.

A superintendente de Políticas para os Povos Indígenas do Estado, Patrícia Pataxó, pontuou a importância do evento para todos os povos indígenas. “Somos mais de 34 povos indígenas no estado, a diversidade cultural é muito grande, cada um com seus modos de vida, seus modos de saber e seus modos de fazer. Essa é a quarta conferência, mas no entanto é a primeira conferência que os povos indígenas estarão sendo ouvidos, apresentando suas propostas e aqui de forma democrática, esse é o espaço, o espaço para debatermos e a partir daqui a gente sair com propostas que irão nortear as políticas públicas para o estado da Bahia”.

Entre os presentes, gestores públicos e lideranças sociais também destacaram o significado da conferência. Para Zezito Ferreira, diretor do instituto quilombola do território sudoeste, o momento é de união e resistência. “O governo que tem o olhar para as políticas públicas do povo negro, do povo que se encontra lá distante. Então, para o território sudoeste, para as nossas comunidades de quilombolas, é um avanço, porque aqui hoje nós estamos discutindo sobre a democracia, sobre a reparação e sobre a justiça das nossas lutas e dos nossos espaços de conquista”, declarou.

Programação

Na sexta-feira (22), a conferência segue com a sistematização das propostas construídas nos grupos de trabalho e, em seguida, a plenária final, que aprovará as diretrizes da etapa estadual e elegerá as delegadas e os delegados que representarão a Bahia na V Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir), que será realizada de 15 a 19 de setembro, em Brasília. A IV Conepir se consolida como um espaço fundamental de escuta, formulação de políticas públicas e fortalecimento da democracia, reafirmando o protagonismo da Bahia na construção de um Brasil mais justo, inclusivo e racialmente equitativo.

Repórter: Joci Santana/GOVBA

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Em Salvador, IV Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial debate justiça e reparação histórica

Por Redação Oxarope
21/08/2025 - 17h36 - Atualizado 21 de agosto de 2025

Publicado em

Noticia oXarope 210825 01igualdaderacial

A IV Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial (IV Conepir) foi oficialmente aberta nesta quinta-feira (21), no Hotel Fiesta, em Salvador, reunindo cerca de 800 participantes de todas as regiões da Bahia. A abertura do evento contou com as presenças das secretárias de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Ângela Guimarães, e de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), Fabya Reis, além de outros representantes do governo estadual envolvidos na pauta. Com o tema “Igualdade e Democracia: Reparação e Justiça Racial”, o evento segue até sexta-feira (22), com uma programação de debates, atividades culturais e construção coletiva de propostas voltadas à equidade racial e à reparação histórica.

Promovida pela Sepromi, a conferência é resultado de um amplo processo participativo, que incluiu conferências municipais e territoriais nos 27 Territórios de Identidade da Bahia, além de etapas temáticas, estudantis e livres. A iniciativa conta com o apoio do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN), do Conselho Estadual para a Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais (CESPCT) e do Conselho Estadual dos Povos Indígenas da Bahia (Copiba).

Durante a cerimônia de abertura, a secretária da Sepromi, Ângela Guimarães, destacou o papel estratégico da conferência para a formulação de políticas públicas: “Foram quase 200 conferências preparatórias entre municipais, territoriais, temáticas livres, todos os segmentos, povos originários, quilombolas, juventude negra. Uma representatividade grande dos povos e comunidades tradicionais do Estado para fazer uma discussão profunda sobre todo o caminho que o estado da Bahia vem percorrendo nesses 18 anos de implementação de uma política estadual de promoção da igualdade racial e também atualizando esses desafios”, afirmou.

Representando o Governo Federal, o secretário de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, Cledisson Geraldo dos Santos, enfatizou a importância da articulação entre as diferentes esferas do poder público e os movimentos sociais. “Nos últimos meses, o Brasil todo se mobilizou para participar das etapas da Conferência de Promoção da Igualdade Racial e a ideia é que todos possamos nos encontrar em Brasília para debater essas políticas.  A Bahia mostra, mais uma vez, como essa mobilização pode resultar em avanços concretos”, destacou.

Diversidade

Na mesa principal, nomes como o antropólogo e professor titular aposentado da USP, Kabengele Munanga, referência nas pesquisas sobre racismo e população afro-brasileira, que  ressaltou: “a conferência é um momento de conscientização, de dar conta para a comunidade, para mostrar o que foi feito até agora, quais são os desafios que nós devemos enfrentar nessa luta de gerações contra uma realidade, e porque o racismo”.

A superintendente de Políticas para os Povos Indígenas do Estado, Patrícia Pataxó, pontuou a importância do evento para todos os povos indígenas. “Somos mais de 34 povos indígenas no estado, a diversidade cultural é muito grande, cada um com seus modos de vida, seus modos de saber e seus modos de fazer. Essa é a quarta conferência, mas no entanto é a primeira conferência que os povos indígenas estarão sendo ouvidos, apresentando suas propostas e aqui de forma democrática, esse é o espaço, o espaço para debatermos e a partir daqui a gente sair com propostas que irão nortear as políticas públicas para o estado da Bahia”.

Entre os presentes, gestores públicos e lideranças sociais também destacaram o significado da conferência. Para Zezito Ferreira, diretor do instituto quilombola do território sudoeste, o momento é de união e resistência. “O governo que tem o olhar para as políticas públicas do povo negro, do povo que se encontra lá distante. Então, para o território sudoeste, para as nossas comunidades de quilombolas, é um avanço, porque aqui hoje nós estamos discutindo sobre a democracia, sobre a reparação e sobre a justiça das nossas lutas e dos nossos espaços de conquista”, declarou.

Programação

Na sexta-feira (22), a conferência segue com a sistematização das propostas construídas nos grupos de trabalho e, em seguida, a plenária final, que aprovará as diretrizes da etapa estadual e elegerá as delegadas e os delegados que representarão a Bahia na V Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir), que será realizada de 15 a 19 de setembro, em Brasília. A IV Conepir se consolida como um espaço fundamental de escuta, formulação de políticas públicas e fortalecimento da democracia, reafirmando o protagonismo da Bahia na construção de um Brasil mais justo, inclusivo e racialmente equitativo.

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