FIEB critica Selic em 14,25% e cobra corte nos juros

Por Marcelo oXarope
21/03/2025

Publicado em -

NoticiaoXarope 210325001Fachada FIEB Foto Valter Pontes Coperphoo Sistem

O aumento da taxa Selic para 14,25% pelo Comitê de Política Monetária (Copom) reacendeu uma preocupação antiga do setor produtivo: o excesso de aperto monetário em um momento que exige fôlego para a retomada do crescimento. A crítica veio da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), que vê na decisão um entrave ao investimento, à geração de empregos e à competitividade da indústria brasileira.

Juros altos, crescimento travado

A taxa de juros real no Brasil supera os 9% ao ano — uma das mais altas do mundo. E isso num cenário onde a inflação acumulada em 12 meses está em 5,06%, pouco acima do teto da meta. Ou seja, o controle de preços vem avançando, mas os juros seguem em um patamar que freia a economia.

Com crédito mais caro, o empresariado pensa duas vezes antes de investir. A indústria reduz sua capacidade produtiva, o emprego perde força, e o consumo das famílias encolhe. O impacto é direto no dia a dia da população, que sente o bolso apertar.

Equilíbrio fiscal já é realidade

Outro ponto levantado pela FIEB é que os fundamentos fiscais já mostram sinais de responsabilidade. Em 2024, o Governo Central encerrou o ano com déficit primário de 0,09% do PIB — dentro da meta de até 0,25%. Esse desempenho fiscal contribui para a redução das expectativas de inflação, o que, na visão da entidade, deveria abrir espaço para uma política de juros mais equilibrada.

Com contas públicas sob controle, manter os juros nas alturas parece cada vez mais uma escolha política e menos uma necessidade econômica.

E o mundo está indo por outro caminho

A comparação internacional também é reveladora. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve mantém os juros entre 4,25% e 4,50%. Na Europa, o Banco Central Europeu iniciou cortes, trazendo a taxa para 2,65%. Ou seja, as grandes economias já entenderam que é preciso aliviar para crescer.

No Brasil, seguimos na contramão, penalizando a produção e o consumo com uma política monetária que já não encontra respaldo nos indicadores econômicos.

Hora de mudar a rota

A FIEB defende que o Banco Central inicie, de forma coordenada com o ajuste fiscal, um ciclo gradual de redução da Selic. A combinação entre juros mais baixos e responsabilidade fiscal pode devolver ao país a capacidade de crescer de forma sustentável, gerar empregos e melhorar a renda da população.

Como jornalista e observador atento da economia, vejo essa análise como um alerta legítimo. O Brasil não pode se acostumar com juros altos como se fosse o preço natural da estabilidade. Já mostramos que é possível controlar as contas públicas. Agora, falta coragem para mudar a lógica monetária e destravar o potencial de crescimento do país.

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Por Marcelo oXarope
21/03/2025 - 18h20 - Atualizado 21 de março de 2025

Publicado em -

NoticiaoXarope 210325001Fachada FIEB Foto Valter Pontes Coperphoo Sistem

O aumento da taxa Selic para 14,25% pelo Comitê de Política Monetária (Copom) reacendeu uma preocupação antiga do setor produtivo: o excesso de aperto monetário em um momento que exige fôlego para a retomada do crescimento. A crítica veio da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), que vê na decisão um entrave ao investimento, à geração de empregos e à competitividade da indústria brasileira.

Juros altos, crescimento travado

A taxa de juros real no Brasil supera os 9% ao ano — uma das mais altas do mundo. E isso num cenário onde a inflação acumulada em 12 meses está em 5,06%, pouco acima do teto da meta. Ou seja, o controle de preços vem avançando, mas os juros seguem em um patamar que freia a economia.

Com crédito mais caro, o empresariado pensa duas vezes antes de investir. A indústria reduz sua capacidade produtiva, o emprego perde força, e o consumo das famílias encolhe. O impacto é direto no dia a dia da população, que sente o bolso apertar.

Equilíbrio fiscal já é realidade

Outro ponto levantado pela FIEB é que os fundamentos fiscais já mostram sinais de responsabilidade. Em 2024, o Governo Central encerrou o ano com déficit primário de 0,09% do PIB — dentro da meta de até 0,25%. Esse desempenho fiscal contribui para a redução das expectativas de inflação, o que, na visão da entidade, deveria abrir espaço para uma política de juros mais equilibrada.

Com contas públicas sob controle, manter os juros nas alturas parece cada vez mais uma escolha política e menos uma necessidade econômica.

E o mundo está indo por outro caminho

A comparação internacional também é reveladora. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve mantém os juros entre 4,25% e 4,50%. Na Europa, o Banco Central Europeu iniciou cortes, trazendo a taxa para 2,65%. Ou seja, as grandes economias já entenderam que é preciso aliviar para crescer.

No Brasil, seguimos na contramão, penalizando a produção e o consumo com uma política monetária que já não encontra respaldo nos indicadores econômicos.

Hora de mudar a rota

A FIEB defende que o Banco Central inicie, de forma coordenada com o ajuste fiscal, um ciclo gradual de redução da Selic. A combinação entre juros mais baixos e responsabilidade fiscal pode devolver ao país a capacidade de crescer de forma sustentável, gerar empregos e melhorar a renda da população.

Como jornalista e observador atento da economia, vejo essa análise como um alerta legítimo. O Brasil não pode se acostumar com juros altos como se fosse o preço natural da estabilidade. Já mostramos que é possível controlar as contas públicas. Agora, falta coragem para mudar a lógica monetária e destravar o potencial de crescimento do país.

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