Mesmo tendo como tônica a folia, o Carnaval também é um período de grande movimentação no e-commerce. Isso porque os foliões querem garantir espaço nas melhores festas e também comprar os acessórios para curtir o feriado com estilo. Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indicam uma projeção de R$ 5,5 bilhões em vendas online no período em 2024, crescimento de 17% em relação ao ano passado.
Contudo, em épocas de grande movimentação de compras também é necessário cautela, principalmente para os players do comércio virtual. Isso porque os malfeitores se aproveitam dessa demanda para distrair os consumidores e burlar as plataformas para conseguir dinheiro fácil. Para se ter uma ideia, dados da Clearsale apontam que, no Carnaval do ano passado, foram 83.187 tentativas de fraude, o que representa uma perda de R$ 100 milhões de reais.
Para Nathan Marion, gerente geral da Yuno, orquestradora global de pagamentos, é de responsabilidade das empresas de comércio eletrônico garantir um ambiente seguro para seus consumidores. “É importante constantemente rever o processo de prevenção e atuar para melhorar e não se tornar previsível. Com isso, a empresa preserva seus clientes, garantindo maior credibilidade junto a seu público final, e evita prejuízos tanto financeiros quanto para a imagem de sua marca.” explica o executivo.
Como forma de evitar golpes, Marion destaca que os varejistas precisam estar constantemente revisando sua abordagem e sempre atentos a novidades de mercado, investindo em automação. “Hoje, existem soluções de machine learning que conseguem avaliar o comportamento dos clientes durante uma compra e, com isso, estabelecer um padrão, levando em conta fatores como local, recorrência, produtos mais procurados, etc. Assim, caso um golpista invada a conta de um usuário e comece a fazer transações que fujam do habitual, o próprio sistema já vai achar estranho e bloquear essa compra”, explica.
Além disso, o profissional destaca que as ferramentas de autenticação estão cada vez mais assertivas, de modo que também podem auxiliar o lojista. “Como exemplo, temos o 3DS, que é um protocolo de autenticação para transações com cartão constantemente atualizado pelas bandeiras, que exige uma etapa adicional de verificação do usuário via SMS ou validações via aplicativos dos bancos, inibindo a ações do fraudador e também levando o passivo de uma possível fraude para o banco, que após validar a transação assume o passivo (chargeback) por fraudes”.
Por último, Marion reforça a biometria como um fator importante e inovador para o setor. “Alguns estabelecimentos já se utilizam da tecnologia, que reconhece o consumidor por meio de seu rosto. Isso reduz as fraudes, pois a face de cada pessoa é única. Mesmo que o golpista exiba uma foto de sua vítima, os sistemas são muito avançados e reconhecem pontos da face que uma fotografia não capta. Além disso, na maioria dos casos a solução pede por movimentos específicos como piscar, sorrir, mexer os lábios, etc”.
Com a combinação dessas ferramentas, Nathan Marion acredita que os players de e-commerce podem enxergar um horizonte mais favorável no Carnaval. Isso porque a utilização de soluções complementares traz segurança à transação sem tirar uma boa experiência do usuário. “A combinação dessas soluções só dificulta o trabalho do golpista, pois ele terá que lidar com diversos padrões e tecnologias diferentes, o que fará com que desista de efetuar o crime. Com isso, os varejistas conseguem achar o equilíbrio entre otimizar ao máximo a experiência de seus clientes e, ao mesmo tempo, evitar que um fraudador consiga lograr êxito em sua jornada.”
Pedro Zago