Nesta segunda (24), o presidente Lula recebeu o título de Doutor Honoris Causa em Moçambique e emocionou-se ao destacar os laços históricos entre Brasil e África. A honraria celebra sua atuação política e a cooperação educacional entre os países.

A cerimônia aconteceu na Universidade Pedagógica de Maputo, instituição referência na formação de professores em Moçambique. O título concedido a Lula reconhece não apenas sua trajetória política, mas também o papel do Brasil no fortalecimento da educação e ciência no país africano.

Com raízes no Instituto Superior Pedagógico, a universidade foi criada em 1985 e, desde então, tem expandido sua atuação, alcançando mais de 60 mil estudantes em 2018.

O evento integra a agenda oficial da visita presidencial no contexto dos 50 anos da independência de Moçambique e do início das relações diplomáticas com o Brasil.

O reconhecimento da universidade moçambicana joga luz sobre um aspecto muitas vezes esquecido: a influência mútua entre Brasil e África.
Para mim, o que mais chama atenção é como a cooperação educacional se tornou uma ferramenta concreta de transformação — tanto para jovens moçambicanos que estudam no Brasil quanto para brasileiros que reconhecem suas raízes africanas.
Ao mencionar iniciativas como o PEC-G e a Unilab, Lula sinaliza um projeto de integração que vai além dos discursos e atinge salas de aula, pesquisas científicas e oportunidades reais.
“A sua ação governativa demonstrou que o crescimento econômico só tem significado quando se traduz em dignidade”, afirmou o professor Bernardino Cordeiro Feliciano, da Faculdade de Ciências Sociais.
Jorge Ferrão, reitor da universidade, destacou Lula como “um professor de humanidade” e ressaltou que mais de 30% dos cientistas moçambicanos foram formados no Brasil, a maioria durante os mandatos de Lula.
O presidente brasileiro também falou sobre combate à fome e agricultura, convidando ministros africanos a conhecer experiências brasileiras e fortalecendo a Aliança Global Contra a Fome da qual Moçambique é membro fundador.

Enquanto a política externa costuma ser encarada como algo distante do cotidiano, a visita de Lula mostra o contrário. A diplomacia, quando bem orientada, toca diretamente na educação, na alimentação e na dignidade das pessoas.
Não é exagero dizer que as falas do presidente ecoam além da diplomacia e alcançam um campo simbólico profundo: o de reconhecer a África não como coadjuvante, mas como raiz essencial do Brasil.

E isso, vindo de um presidente, representa um gesto de memória, reparação e projeto de futuro.
A homenagem a Lula em Moçambique é mais do que uma cerimônia: é um símbolo de aproximação real entre povos irmãos. Entre falas emocionadas e compromissos firmados, o encontro reafirma o papel do Brasil como parceiro estratégico da África, especialmente no que diz respeito ao saber e à justiça social.
Foto: Ricardo Stuckert / PR


















