Brasília — O pen drive apreendido pela Polícia Federal em um banheiro da residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não contém informações úteis para as investigações. Essa foi a conclusão da perícia realizada no laboratório da corporação, segundo fontes ligadas ao inquérito.
O dispositivo foi encontrado durante uma operação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no inquérito que apura uma suposta tentativa de coação ao sistema de Justiça brasileira por parte de Bolsonaro e seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro.
“Nunca abri um pen drive”. Ao ser questionado pela imprensa, Bolsonaro alegou desconhecimento sobre o dispositivo:“Uma pessoa pediu para ir ao banheiro, eu apontei o banheiro e ela voltou com um pen drive na mão. Nunca abri um pen drive na minha vida. Eu não tenho nem laptop em casa”, declarou.
Disse ainda que perguntaria à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se o item poderia ser dela.
Celular segue sob análise
Enquanto isso, a perícia no celular de Bolsonaro ainda está em andamento e não tem data para conclusão. A extração dos dados em nuvem, segundo investigadores, demanda mais tempo. O objetivo é identificar provas digitais que possam estar relacionadas ao inquérito sobre crimes contra o Estado Democrático de Direito.
Outros itens apreendidos, além do pen drive e do celular, a PF apreendeu na mesma ação:
US$ 14 mil em espécie
R$ 8 mil
Uma cópia impressa de uma ação movida pela plataforma Rumble contra Alexandre de Moraes nos Estados Unidos, com apoio do Trump Media & Technology Group, ligado ao ex-presidente norte-americano Donald Trump.
O caso evidencia a tensão crescente entre o ex-presidente, instituições brasileiras e influências internacionais. Ainda que o pen drive tenha se revelado irrelevante, o episódio levanta questionamentos sobre a segurança da residência presidencial, a conduta dos envolvidos e o papel de aliados internacionais na retórica contra o STF.