
A partir de 6 de agosto, produtos baianos exportados para os Estados Unidos enfrentarão tarifas de importação de até 50%. A decisão, anunciada por Donald Trump, já causa fortes reações no setor produtivo da Bahia — e preocupa especialmente pela estimativa de retração de R$ 1,3 bilhão no PIB estadual, segundo estudo da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB).
A Bahia exportou US$ 882 milhões para os EUA em 2024. Desse total, 90% vêm da indústria, com destaque para os setores de pneus, produtos químicos e cacau. Com a nova medida, 63% desses produtos passam a ser taxados, afetando diretamente a produção e o emprego, principalmente no interior do estado.
Entre os setores mais afetados estão:
- Indústria de pneus (US$ 99,6 milhões exportados)
- Produtos químicos
- Cacau e derivados
- Café, frutas (manga, uva, goiaba), peixes e mel
Municípios com forte vocação exportadora agrícola e pesqueira enfrentam riscos imediatos: perda de competitividade, queda de empregos e redução na renda local. Isso amplia a vulnerabilidade econômica justamente nas regiões que mais precisam de suporte para crescer.
Reação estratégica, não retaliação
Para o presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos, é hora de articular diplomacia e não confronto:
“Defender nossas exportações é proteger investimentos, empregos e renda para nossa população.”
A entidade está atuando em parceria com o Governo da Bahia para mitigar os impactos. Propostas já estão em pauta:
- Crédito emergencial para exportadores
- Negociações com o governo federal
- Busca por novos mercados e prazos estendidos
Essa tarifa chega num momento crítico para a economia baiana, que busca acelerar sua recuperação. O cenário exige agilidade, união entre esferas públicas e privadas, e foco em soluções que mantenham a Bahia competitiva no mercado internacional.
Informações: Comunicação Sistema FIEB