Nos últimos dias, pesquisas nos EUA mostram um cenário desafiador para Donald Trump. Com aprovação em queda, pressão interna crescente e o fracasso em proteger Bolsonaro, o ex-presidente vê seu capital político encolher. Enquanto isso, Lula colhe vitórias diplomáticas e fortalece sua posição.
O presidente Donald Trump enfrenta uma tempestade política. Diversas pesquisas apontam que a sua popularidade está em queda acentuada entre os americanos, especialmente em áreas críticas como economia, gestão federal e política externa.

Segundo levantamento da Fox News, 76% dos entrevistados desaprovam sua condução econômica número mais negativo que o de Joe Biden. O índice de aprovação geral, conforme a Reuters/Ipsos, caiu para 38%, o mais baixo do atual mandato.
Nate Silver, respeitado analista político, indicou que a aprovação líquida de Trump está em -14, com apenas 42% de apoio. Entre hispânicos e eleitores independentes, a queda foi ainda mais drástica, revelando um enfraquecimento generalizado.

Para Trump, os números não são apenas estatísticas. Eles sinalizam um risco real à sua capacidade de influência dentro e fora dos EUA. O fracasso em manter Jair Bolsonaro como aliado estratégico e a recente decisão de revogar tarifas contra o Brasil mostram um líder acuado, cedendo à pressão do próprio mercado e recuando diante de Lula.
Enquanto isso, o presidente brasileiro vem colhendo frutos políticos e econômicos: o Brasil conseguiu, por meio da diplomacia, reverter tarifas de até 40% sobre produtos como carne, café e frutas. Uma vitória que beneficia diretamente a economia nacional.
Para mim, o que mais chama atenção é como decisões que parecem técnicas como uma tarifa comercial carregam enormes implicações políticas e simbólicas. Elas revelam quem está ganhando influência e quem está perdendo terreno no xadrez global.

“Brasil desafiou Trump e venceu” assim intitulou o New York Times, ao analisar a postura de Lula frente às tarifas americanas. O jornal também destacou o fracasso de Trump em proteger Bolsonaro, que foi preso e hoje enfrenta condenação de mais de 27 anos
Mesmo com tentativas do clã Bolsonaro, como as de Eduardo Bolsonaro, de pressionar a Casa Branca, os EUA sinalizaram claramente: não há mais espaço para interferências externas desse tipo. A resposta de Trump ao ser informado da prisão de Bolsonaro “É uma pena” mostra sua perda de controle e distanciamento do ex-aliado.

Enquanto Brasília debate cifras, aqui no chão da cidade quem sente o impacto são os trabalhadores, os produtores rurais, as empresas exportadoras que agora respiram aliviadas. A diplomacia voltou a ser um ativo no Brasil, e a política externa deixou de ser ideológica para se tornar estratégica.
O declínio de Trump reflete algo maior: o fim de um ciclo de populismos agressivos e antidemocráticos que encontraram eco também no Brasil através do bolsonarismo. Lula, ao mesmo tempo, surge como um articulador mais experiente, capaz de negociar com gigantes sem subserviência.
Trump deveria, de fato, olhar mais para dentro de seu país a economia, a inflação, a crise institucional. Do contrário, corre o risco de ver seu projeto político ruir antes mesmo de 2026 chegar.

A política internacional revela muito sobre o estado interno dos países. Trump perde força porque perdeu o fio da realidade americana. Bolsonaro já é página virada. Lula, com pragmatismo e diplomacia, vai ocupando o espaço deixado por seus adversários. O tabuleiro mudou e o jogo também.



















