De setembro para outubro deste ano, o setor de turismo recuou 1,1%, entretanto, no acumulado de 2023, o faturamento real do setor acusa avanço de 7,9%, ficando 6,1% acima do nível pré-pandemia, em fevereiro de 2020. As informações foram divulgadas pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Segundo o Índice de Atividades Turísticas, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o turismo foi o setor mais impactado pela pandemia do coronavírus. Durante 2020, a quantia de ganhos nesse setor diminuiu em 36,7%, recuperando-se posteriormente com crescimentos de 22,2% e 39,9% em 2021 e 2022.
O economista Fabio Bentes pontua que, no geral, o setor de turismo está em um bom momento e deve ficar com o número positivo no final de 2023. “A gente projeta um fechamento de 2023 para as atividades de turismo de 7,4%, e para o ano que vem, um aumento menor, de 2,1%. A tendência é que a gente tenha um crescimento”, avalia.
A variação média de valores nas atividades ligadas ao turismo reduziu de +16,1% em setembro de 2022 para +4,6% em 2023. No momento, o número de empregados com registro formal no setor turístico brasileiro é de 3,39 milhões, conforme aponta a CNC.
Serviços
Em outubro, o volume de receitas do setor de serviços diminuiu 0,6% em relação ao mês
anterior, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse desempenho representou a terceira redução consecutiva na receita real desse setor, ficando abaixo da previsão feita pela CNC, de -0,1%.
O economista César Bergo afirma que se de um lado a inflação no setor de serviço vem se mostrando “comportada” e que a recuperação econômica não afetou os preços, por outro lado, o setor está aquém do esperado. “Ele tem mostrado força na área de turismo e também serviços financeiro e caindo um pouco na questão do serviço de comunicação. Houve uma queda significativa das operações com relação às atividades no setor de comunicações, isso acaba afetando o serviço como todo, apresentando um resultado abaixo do que era esperado”, afirma.
Expectativas futuras
César Bergo explica que uma atividade maior, devido principalmente à sazonalidade dos meses de férias, ajuda o setor de serviços, que deve mostrar um melhor desempenho nos próximos meses.
Para 2023, a CNC mantém sua aposta em crescimentos positivos nos serviços (+2,9%).
Apesar das previsões predominantes de redução nos índices de juros e inflação em 2024, a perspectiva de uma atividade geral mais fraca no próximo ano e um menor impacto estatístico decorrente do ano atual devem resultar, de acordo com a análise da entidade, em um avanço de 2,7% para o setor de serviços.
Repórter Nathália Ramos Guimarães
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