As vendas do comércio varejista na Bahia recuaram 0,7% em junho na comparação dessazonalizada com maio. Trata-se do segundo mês seguido de desempenho negativo e de um resultado mais fraco que o do Brasil como um todo, que registrou queda de 0,1% no mesmo período. No ranking entre as 27 unidades da Federação, o estado ocupa o 22º lugar nessa comparação.
Por outro lado, quando comparado a junho de 2024, o varejo baiano avançou 1,1%, superando a média nacional de 0,3%. O estado teve o terceiro mês seguidamente positivo nessa métrica, mas ficou em 17º lugar entre as unidades com crescimento.
No acumulado do primeiro semestre de 2025, o comércio baiano teve alta de apenas 0,6%, abaixo dos 1,8% registrados no Brasil, sendo o segundo menor avanço entre os 24 estados com resultados positivos — à frente apenas do Pará (0,3%). Já no acumulado dos últimos 12 meses até junho, o crescimento foi de 2,9%, um pouco acima da média nacional (2,7%) e ocupando a 17ª posição entre os estados.
Setores em destaque e os “puxadores” da alta
Das oito atividades do varejo restrito na Bahia, quatro apresentaram crescimento no primeiro semestre:
- Artigos farmacêuticos, médicos, perfumaria e cosméticos avançaram 6,9%, sendo o principal destaque positivo
- Móveis e eletrodomésticos também se sobressaíram, com alta de 2,0%
- No entanto, os setores que mais pressionaram o resultado para baixo foram equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (queda de 24,0%) e livros, jornais, revistas e papelaria (queda de 20,3%)
O varejo ampliado também sofre
O varejo ampliado que inclui veículos, motos, material de construção e atacado especializado em alimentos, bebidas e fumo — apresentou quedas em todas as comparações:
- De maio para junho: recuo de 2,4%;
- Na comparação anual (junho/25 vs. junho/24): retração de 4,4%;
- No 1º semestre: queda acumulada de 2,4%, o terceiro pior resultado entre os estados, à frente apenas de Goiás e Maranhão
Apesar desses abalos, o segmento de veículos ainda apresentou crescimento de 7,6% no semestre, enquanto o atacado de alimentos despencou 23,1% e o material de construção caiu 3,1%. Já no acumulado de 12 meses, o varejo ampliado da Bahia cresceu apenas 0,8%, inferior à média nacional de 2,0%
O comércio varejista baiano enfrenta um momento de ajuste: o mês de junho trouxe uma nova retração, mas o crescimento anual e semestral ainda mostra resiliência. O destaque positivo é o segmento farmacêutico, que parece sustentar o setor em meio à desaceleração geral. Por outro lado, segmentos como papelaria e informática indicam desafios mais profundos como a migração digital ou retração dos investimentos em tecnologia.
Já o varejo ampliado sofre com a forte queda no atacado de alimentos e construção, ainda que o setor de veículos fique como único ponto de estabilidade. A divergência entre os setores sinaliza que a recuperação plena dependerá de estímulos ao consumo mais robustos e diversificados.