
Uma pesquisa Genial/Quaest divulgada hoje, 20/08, aponta que o presidente Lula reduziu pela metade seu saldo negativo de imagem fruto da queda nas queixas sobre os preços dos alimentos e de uma postura bem avaliada diante das tarifas impostas pelos EUA com conotação política.

A reputação de Lula vinha fragilizada desde o início do ano, mas registra sinais claros de recuperação. A desaprovação caiu de 53% para 51% entre julho e agosto, enquanto a aprovação subiu de 43% para 46%. Resultado? O saldo negativo diminuiu de 10 para apenas 5 pontos. Em maio, a diferença era ainda mais dura: 17 pontos.
Regiões
- Nordeste: aprovações aumentaram 7 pontos.
- Centro-Oeste/Norte: +4 pontos.
- Sudeste: estabilidade entre julho e agosto, mas melhora significativa desde maio (desaprovação caiu de 64% para 55%, aprovação subiu de 32% para 42%).
Principais colégios eleitorais
- São Paulo: saldo negativo passou de 40 (fevereiro) para 31 pontos (agosto).
- Minas Gerais: de 28 para 19.
Fatores que impulsionam a recuperação
1. Alívio no custo de vida
A percepção de aumento nos preços dos alimentos caiu de 76% (julho) para 60% (agosto). Em março, esse índice era de 88%. Também caiu em 10 pontos a parcela das pessoas que sentem redução no poder de compra.
2. Resposta firme ao “tarifaço”
Na avaliação sobre quem lidou melhor com a sobretaxa imposta pelos EUA, 48% escolheram Lula e o PT, contra apenas 28% que apontaram Bolsonaro e aliados. Além disso, Lula figurou como a autoridade melhor avaliada entre oito perfis avaliados enquanto Jair e Eduardo Bolsonaro lideram como os mais rejeitados.
O cientista político Felipe Nunes, CEO da Quaest, destaca que “a postura firme de Lula diante do tarifaço … foi vista como um sinal de liderança e defesa dos interesses nacionais.”
A combinação de sinais econômicos positivos ainda que modestos e de postura ativa no cenário internacional tem sido decisiva para que Lula reconquiste terreno. A queda nas queixas sobre alimentação traz um alívio real à população, enquanto sua firmeza no enfrentamento das tarifas americanas reforça imagem de liderança.
Além disso, a melhora nos maiores colégios eleitorais do país (SP e MG) indica que os esforços de recuperação estão alcançando o eleitorado central.
No entanto, manter esse fôlego exigirá continuidade: queda persistente do custo de vida, resultados visíveis no cotidiano e um posicionamento externo coerente com os interesses nacionais.
A pesquisa Genial/Quaest revela uma recomposição gradual da imagem de Lula: queda significativa nas queixas com alimentos e resposta bem recebida ao conflito comercial com os EUA foram cruciais. Resta observar se este impulso se sustenta nas próximas etapas políticas.