
A educação na Bahia tem mostrado avanços importantes, mas o estado ainda enfrenta desafios significativos, principalmente no atraso escolar. Dados do Censo Demográfico 2022, do IBGE, revelam que a Bahia liderava nacionalmente o atraso escolar entre estudantes de 6 a 14 anos e de 18 a 24 anos e ocupava o 4º lugar na faixa de 15 a 17 anos. Salvador, a capital, seguia o mesmo padrão.
Aumento da frequência escolar, mas não em todas as idades
Entre 2000 e 2022, a taxa de frequência escolar cresceu na maioria das faixas etárias. Os avanços mais expressivos ocorreram entre crianças de até 3 anos (26,8%) e de 4 a 5 anos (87,7%). Já entre os 18 e 24 anos, a frequência caiu para 27,2%, indicando uma evasão maior nesse grupo.
Metas do Plano Nacional de Educação ainda não foram cumpridas
Em 2022, apenas 14 municípios baianos atingiram a meta de ter ao menos 50% das crianças de até 3 anos na creche. Outros 19 municípios tinham 100% das crianças de 4 a 5 anos na escola, e 35 cidades atingiram a universalização da educação para 6 a 14 anos. No entanto, a Bahia ainda está longe de cumprir as metas nacionais para a educação infantil e o ensino médio.
Atraso escolar preocupa
Apesar do aumento na escolarização, a Bahia ainda apresentava altos índices de atraso escolar:
• 6 a 14 anos: 8,9% dos estudantes ainda não haviam chegado ao primeiro ano do ensino fundamental – a maior taxa do país.
• 15 a 17 anos: 36,4% ainda não haviam iniciado o ensino médio (4ª maior taxa nacional).
• 18 a 24 anos: 63,3% ainda não estavam no ensino superior (maior taxa de atraso no Brasil).
Salvador acompanhava esse cenário, registrando 10,2% de atraso entre os estudantes de 6 a 14 anos e 55,4% entre os de 18 a 24 anos.
Baixa escolaridade da população adulta
Em 2022, a Bahia tinha a segunda menor proporção de adultos com ensino superior no Brasil (12,0%), ficando atrás apenas do Maranhão. Em Salvador, o percentual era maior (21,4%), mas ainda assim figurava entre os piores índices entre as capitais. Além disso, 8 em cada 10 municípios tinham mais da metade da população adulta sem instrução ou com apenas o ensino fundamental incompleto.
Desigualdade racial e de gênero na educação
As mulheres, pessoas amarelas e brancas apresentavam maior nível de escolaridade. Já os homens, indígenas e pretos tinham os piores índices de instrução. Entre 2000 e 2022, houve um avanço significativo na presença de pessoas pretas e pardas entre os graduados, passando de 40,5% para 68,2%.
Os cursos mais populares na Bahia e em Salvador
Na Bahia, a maioria das pessoas graduadas concluíram cursos de Formação de Professores sem área específica, seguido por Gestão e Administração. Em Salvador, a ordem se inverte, com Gestão e Administração liderando, seguido por Direito.
Os avanços na educação na Bahia são evidentes, especialmente na educação infantil. No entanto, o estado ainda enfrenta desafios críticos, como o atraso escolar, a baixa taxa de adultos com ensino superior e as desigualdades educacionais. Um desafio para 2025, alcançar as metas do Plano Nacional de Educação.
Para mais informações, acesse o Censo 2022 do IBGE.