PGR pede ao STF punição mais dura para estupro de vulnerável cometido por militares

Ação da PGR pede ao STF que crime de estupro de vulnerável cometido por militar seja punido conforme o Código Penal. Entenda a disputa judicial.

Por Murillo Vazquez
23/08/2025

Publicado em -

Noticia oXarope 230825 01justica

A Procuradoria-Geral da República (PGR) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para que o crime de estupro de vulnerável praticado por militares em serviço seja punido pelas mesmas regras do Código Penal comum. A ação questiona brecha legal que reduz a pena nesses casos.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7555 foi distribuída à ministra Cármen Lúcia e já começou a ser analisada pelo plenário virtual do STF.

Segundo a PGR, há uma distorção jurídica: no Código Penal, estupro de vulnerável com lesão corporal grave prevê reclusão de 10 a 20 anos. No Código Penal Militar (CPM), após mudanças feitas pela Lei 14.688/2023, a pena varia de 8 a 15 anos mais branda que a norma civil.

Para o Ministério Público Federal, essa diferença viola o princípio da isonomia, além de fragilizar a proteção de crianças, adolescentes e pessoas com deficiência.

Na prática, um militar condenado por estupro de vulnerável com lesão grave pode cumprir pena menor do que um civil pelo mesmo crime.

Para mim, o ponto central é: como justificar que instituições responsáveis por disciplina e hierarquia tenham um tratamento mais leve em casos de violência brutal? Esse é o dilema que o STF precisa resolver.

Em sua manifestação, a Advocacia-Geral da União (AGU) também defendeu a inconstitucionalidade da regra. O órgão argumenta que a redução de pena afronta os direitos das vítimas e desrespeita os valores fundamentais das Forças Armadas e das polícias militares.

Já a PGR destacou que a atual redação do CPM cria um “incentivo perverso”, pois militares, em tese, poderiam se beneficiar de punições mais brandas para crimes graves cometidos em serviço.

Enquanto o Congresso discute endurecimento penal em várias áreas, a lei que deveria reforçar a responsabilidade dos militares abriu uma brecha que, na prática, beneficia acusados de crimes bárbaros.

Esse debate vai além da técnica jurídica: é sobre credibilidade institucional. Um Estado que tolera desigualdade de penas em crimes contra vulneráveis passa um recado perigoso à sociedade.

O STF tem agora a tarefa de decidir se mantém a diferença de tratamento ou se corrige a distorção. O resultado pode redefinir não só a punição a crimes hediondos dentro do campo militar, mas também a confiança da sociedade na igualdade da Justiça.

1678540344banner-970x90-bello.png

Mais recentes

STF confirma prisão preventiva de Jair Bolsonaro em votação unânime e clima político entra em tensão máxima

Meta descriA Primeira Turma do STF confirmou de forma unânime, nesta segunda-feira 24, a prisão preventiva do…

Maior encontro juvenil do Extremo Sul da Bahia reúne mais de 2.500 crianças e adolescentes em Santa Cruz Cabrália

Mais de 2.500 participantes de clubes de desbravadores das 22 cidades do Extremo Sul da Bahia se…

Prefeitura de Eunápolis decreta Luto Oficial pela morte da professora Nevolanda Menezes Sampaio

A Prefeitura de Eunápolis decretou, nesta segunda-feira (24), luto oficial de três dias em razão do falecimento…

Governo inicia entrevistas com pescadores para garantir acesso ao Seguro-Defeso

O Governo do Brasil começou nesta segunda-feira (24) o processo de entrevistas com pescadores e pescadoras em…

Chegada de carretas lotadas de veículos para locação reforça necessidade da cobrança de taxa ambiental em Porto Seguro

Diversas carretas chegaram a Porto Seguro neste fim de semana trazendo milhares de veículos que serão utilizados…

PGR pede ao STF punição mais dura para estupro de vulnerável cometido por militares

Ação da PGR pede ao STF que crime de estupro de vulnerável cometido por militar seja punido conforme o Código Penal. Entenda a disputa judicial.

Por Murillo Vazquez
23/08/2025 - 10h49 - Atualizado 23 de agosto de 2025

Publicado em -

Noticia oXarope 230825 01justica

A Procuradoria-Geral da República (PGR) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para que o crime de estupro de vulnerável praticado por militares em serviço seja punido pelas mesmas regras do Código Penal comum. A ação questiona brecha legal que reduz a pena nesses casos.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7555 foi distribuída à ministra Cármen Lúcia e já começou a ser analisada pelo plenário virtual do STF.

Segundo a PGR, há uma distorção jurídica: no Código Penal, estupro de vulnerável com lesão corporal grave prevê reclusão de 10 a 20 anos. No Código Penal Militar (CPM), após mudanças feitas pela Lei 14.688/2023, a pena varia de 8 a 15 anos mais branda que a norma civil.

Para o Ministério Público Federal, essa diferença viola o princípio da isonomia, além de fragilizar a proteção de crianças, adolescentes e pessoas com deficiência.

Na prática, um militar condenado por estupro de vulnerável com lesão grave pode cumprir pena menor do que um civil pelo mesmo crime.

Para mim, o ponto central é: como justificar que instituições responsáveis por disciplina e hierarquia tenham um tratamento mais leve em casos de violência brutal? Esse é o dilema que o STF precisa resolver.

Em sua manifestação, a Advocacia-Geral da União (AGU) também defendeu a inconstitucionalidade da regra. O órgão argumenta que a redução de pena afronta os direitos das vítimas e desrespeita os valores fundamentais das Forças Armadas e das polícias militares.

Já a PGR destacou que a atual redação do CPM cria um “incentivo perverso”, pois militares, em tese, poderiam se beneficiar de punições mais brandas para crimes graves cometidos em serviço.

Enquanto o Congresso discute endurecimento penal em várias áreas, a lei que deveria reforçar a responsabilidade dos militares abriu uma brecha que, na prática, beneficia acusados de crimes bárbaros.

Esse debate vai além da técnica jurídica: é sobre credibilidade institucional. Um Estado que tolera desigualdade de penas em crimes contra vulneráveis passa um recado perigoso à sociedade.

O STF tem agora a tarefa de decidir se mantém a diferença de tratamento ou se corrige a distorção. O resultado pode redefinir não só a punição a crimes hediondos dentro do campo militar, mas também a confiança da sociedade na igualdade da Justiça.

1

Mais recentes

STF confirma prisão preventiva de Jair Bolsonaro em votação unânime e clima político entra em tensão máxima

Meta descriA Primeira Turma do STF confirmou de forma unânime, nesta segunda-feira 24, a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, decisão tomada após novas evidências…

Maior encontro juvenil do Extremo Sul da Bahia reúne mais de 2.500 crianças e adolescentes em Santa Cruz Cabrália

Mais de 2.500 participantes de clubes de desbravadores das 22 cidades do Extremo Sul da Bahia se reuniram em Santa Cruz Cabrália para um dos…

Prefeitura de Eunápolis decreta Luto Oficial pela morte da professora Nevolanda Menezes Sampaio

A Prefeitura de Eunápolis decretou, nesta segunda-feira (24), luto oficial de três dias em razão do falecimento da professora Nevolanda Menezes Sampaio, ocorrido na tarde…

Governo inicia entrevistas com pescadores para garantir acesso ao Seguro-Defeso

O Governo do Brasil começou nesta segunda-feira (24) o processo de entrevistas com pescadores e pescadoras em 122 municípios para assegurar o direito ao Seguro-Defeso….

Chegada de carretas lotadas de veículos para locação reforça necessidade da cobrança de taxa ambiental em Porto Seguro

Diversas carretas chegaram a Porto Seguro neste fim de semana trazendo milhares de veículos que serão utilizados pelas locadoras durante a alta temporada. Nesta segunda-feira,…

Coaraci e Santo Amaro estão na final do Intermunicipal 2025

As seleções de Coaraci e Santo Amaro confirmaram neste domingo (23) presença na decisão da 4ª edição do Campeonato Intermunicipal Ednaldo Rodrigues Gomes, marcada para…

4ª Feira de Adoção encanta Porto Seguro e garante novos lares para 25 cães e 14 felinos

A manhã deste sábado (22) foi marcada por alegria e reencontros emocionantes na 4ª Feira de Adoção de Animais, realizada pela Subsecretaria de Meio Ambiente…

Secretaria de Saúde promove Dia D da Saúde do Homem no LACEN

A Secretaria Municipal de Saúde realizou, neste sábado, 22, o Dia D da Saúde do Homem, como parte das ações do Novembro Azul, campanha dedicada…

22º Desafio TSC x TCC vai reunir tradição, rivalidade saudável e celebração da amizade em Porto Seguro neste sábado (29)

Porto Seguro se prepara para receber, no dia 29 de novembro, a 22ª edição do Desafio TSC x TCC, um dos eventos esportivos e festivos mais tradicionais…

Porto Seguro recebe Super Finals da modalidade Park do STU National 2025

Os campeões de 2025 do Street do STU National foram conhecidos em Brasília há pouco menos de um mês. Agora, chegou a vez de descobrir…

Abel Ferreira entrega o Brasileirão ao Flamengo e muda foco do Palmeiras

O técnico Abel Ferreira surpreendeu após o empate do Palmeiras com o Fluminense neste sábado 22 e declarou que o Campeonato Brasileiro está entregue ao…

Prisão preventiva de Bolsonaro muda o jogo político no Brasil

A prisão preventiva de Jair Messias Bolsonaro decretada por Alexandre de Moraes altera o rumo de um dos casos mais emblemáticos da política brasileira. Entenda…

Guaxinim é resgatado em residência em Arraial d’Ajuda

A equipe de Fiscalização da Secretaria de Meio Ambiente e Causa Animal (Semac) atendeu, nesta sexta-feira (21/11), a uma solicitação urgente enviada por Maria Fernanda…

Gás do Povo transforma rotina de 170 mil famílias em Salvador

Nesta segunda-feira, 24 de novembro, Salvador passa a integrar a fase inicial do Gás do Povo, programa federal que vai beneficiar 170.615 famílias com a…

IBGE tem inscrições abertas para 9.590 vagas de trabalho temporário em sua rede de coleta regular na Bahia são 534 oportunidades, 202 delas em Salvador

Estão abertas as inscrições para 9.590 vagas temporárias de trabalho no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para atuação nas pesquisas domiciliares, econômicas e…

Rolar para cima