
O PIB brasileiro cresceu 3,2% nos quatro trimestres encerrados em junho de 2025, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (2). No segundo trimestre, a economia registrou alta de 2,2% frente ao mesmo período de 2024 e variação de 0,4% em relação ao trimestre anterior.
O resultado divulgado pelo IBGE mostra uma trajetória de crescimento sustentada. No segundo trimestre, o PIB atingiu R$ 3,2 trilhões, sendo R$ 2,7 trilhões de valor adicionado e R$ 431,7 bilhões em impostos líquidos de subsídios.
O consumo das famílias avançou 1,8%, impulsionado pela massa salarial maior, maior acesso ao crédito e pelas transferências de renda do governo. Já a taxa de investimento foi de 16,8% do PIB, levemente superior à de 2024 (16,6%).
O desempenho positivo revela um cenário de expansão econômica, mas com diferenças marcantes entre os setores.
- Agropecuária: crescimento expressivo de 10,1% frente ao 2º trimestre de 2024.
- Indústria: alta modesta de 1,1%, puxada pela extração mineral (+5,4%), mas com queda em eletricidade e gás (-2,7%) e transformação (-0,5%).
- Serviços: expansão de 2,0%, com destaque para informação e comunicação (+6,8%).
Para mim, o dado mais simbólico é a força da agropecuária, que segue como motor de crescimento, enquanto setores industriais estratégicos ainda enfrentam dificuldades.
Já especialistas em mercado financeiro destacam que o crescimento acima de 3% em 12 meses dá fôlego à economia, mas alertam para a necessidade de ampliar a produtividade industrial e reduzir o peso das importações, que cresceram 4,4% no trimestre.
O crescimento de 3,2% no acumulado é motivo de otimismo, mas traz uma reflexão: até que ponto estamos sustentando esse avanço em bases sólidas?
A agropecuária responde por boa parte da expansão, mas a indústria, que gera empregos de qualidade e inovação, ainda patina. O setor de energia, vital para o futuro, mostrou retração.
Enquanto isso, o consumo das famílias cresce, mas depende de crédito e transferências públicas motores que podem perder força em um cenário de juros elevados ou restrições fiscais.
O PIB brasileiro mostra vitalidade e supera expectativas no acumulado de 12 meses, mas o desafio é diversificar as fontes de crescimento. Para manter o ritmo, o país precisará equilibrar políticas sociais, investimentos produtivos e infraestrutura, garantindo que o avanço não seja apenas momentâneo.