
A Polícia Federal deflagrou hoje uma nova fase das investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro. Por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), agentes cumpriram dois mandados de busca e apreensão em Brasília: um na residência de Bolsonaro, localizada no Jardim Botânico, e outro na sede nacional do Partido Liberal (PL). A operação está vinculada à PET nº 14129, em tramitação sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
O que está em jogo
Com base nos indícios apresentados pela Polícia Federal, Moraes determinou um conjunto de medidas cautelares rigorosas contra o ex-presidente. Entre elas:
Uso obrigatório de tornozeleira eletrônica;
Recolhimento domiciliar noturno e aos finais de semana;
Proibição de contato com diplomatas, outros réus ou investigados do STF e com seu filho Eduardo Bolsonaro;
Bloqueio total do uso de redes sociais.
Essas decisões têm como fundamento a suspeita de tentativa de obstrução de justiça e risco de fuga do investigado.
O simbolismo da ação
Não se trata apenas de uma operação policial. O recado é político e institucional. A mais alta Corte do país impõe restrições a um ex-presidente da República, investigado por supostas articulações antidemocráticas. Essa ofensiva, ainda sob sigilo parcial, mira diretamente na cúpula do bolsonarismo.
É uma medida inédita no cenário político nacional recente — e que já provoca reações intensas nos bastidores de Brasília.
O silêncio como estratégia
Até o momento, nem a defesa de Bolsonaro nem representantes do PL se pronunciaram publicamente. O silêncio, nesse caso, pode ser tático: a defesa jurídica avalia os próximos passos e o impacto das medidas, enquanto a base aliada busca alinhar o discurso para tentar conter o desgaste público.
Mas uma coisa é certa: o cerco apertou. O uso de tornozeleira eletrônica tem força simbólica, desgasta a imagem pública e cria novos obstáculos para qualquer projeto eleitoral futuro.
E agora?
Com a aplicação das medidas, o STF sinaliza que não hesitará em avançar sobre figuras centrais da política nacional, caso encontre respaldo legal. Para Bolsonaro, o futuro político e jurídico se torna ainda mais incerto.