O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) foi eleito neste sábado (1º) presidente do Senado Federal para um mandato de dois anos, até fevereiro de 2027. Esta é a segunda vez que Alcolumbre assume o comando da Casa, tendo presidido o Senado entre 2019 e 2021.
Alcolumbre foi eleito em primeiro turno, com 73 dos 81 votos possíveis, sucedendo o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que esteve à frente do Senado nos últimos quatro anos.
Conhecido por sua habilidade de articulação nos bastidores e capacidade de construir consensos, Alcolumbre é considerado um articulador experiente, mas não deve ter alinhamento total ao Planalto.
A eleição de Alcolumbre ocorre em um momento desafiando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que enfrenta dificuldades para aprovar medidas econômicas e sociais no Congresso. A escolha de Alcolumbre pode indicar uma continuidade na relação entre o Legislativo e o Executivo, mas também representa um desafio para o governo, que precisará negociar com um Senado sob nova liderança.
Alcolumbre assume a presidência do Senado com a promessa de modernizar o Legislativo e fortalecer a independência da Casa. Entre as diretrizes prioritárias estão a reforma tributária, a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, a regulamentação das redes sociais e a anistia dos presos de 8 de janeiro. Além disso, temas como o orçamento de 2025 e a regulamentação da inteligência artificial também devem dominar as discussões. Sua habilidade política será fundamental para conduzir essas negociações e buscar consensos em um Senado fragmentado por interesses diversos.
O impacto para o governo Lula
A volta de Alcolumbre ao comando do Senado representa um desafio estratégico para o governo Lula. Apesar de ser uma experiência política e pragmática, ele não é um aliado incondicional do Planalto e já declarou que pode atuar com independência. Isso significa que o governo terá que negociar caso a caso para aprovar suas diretrizes prioritárias, como a regulamentação das redes sociais e a isenção do Imposto de Renda.
Além disso, o governo enfrentará um cenário em que Alcolumbre poderá buscar maior protagonismo, usando sua posição para equilibrar as pressões do Executivo e do Legislativo. Esse fator pode levar a um processo legislativo mais lento e desgastante para o Planalto, que precisará mobilizar sua base constantemente para evitar derrotas em votações cruciais.
A eleição de Alcolumbre também é vista como uma vitória do Centrão, grupo político que tem grande influência no Congresso e que busca manter o controle sobre o orçamento e as diretrizes legislativas. Para o governo, a relação com o novo presidente do Senado exigiu habilidade de negociação e construção de alianças para avançar com suas propostas.
Em seu discurso de posse, Alcolumbre destacou a importância da harmonia entre os poderes e se comprometeu a trabalhar pelo desenvolvimento do país. Resta saber como essa promessa será traduzida na prática e quais serão os impactos de sua liderança para o futuro do Brasil.